Contra-ataque

“Enquanto o povo celebrava a vitória, deixando crescerem cabelo e barba, chamando-se uns aos outros de companheiros, resgatando o folclore esquecido e o artesanato popular, e exercendo seu novo poder em eternas e inúteis reuniões de trabalhadores, em que todos falavam ao mesmo tempo sem jamais chegar a algum acordo, a direita realizava uma série de ações estratégicas, destinadas a estraçalhar a economia e desprestigiar o governo. Tinha nas mãos os meios de difusão mais poderosos, contava (...) com a ajuda dos gringos, que destinaram fundos secretos para os planos de sabotagem. O povo encontrou-se pela primeira vez com dinheiro suficiente para cobrir suas necessidades básicas (...), mas não podia, porque as lojas estavam quase vazias”.

Parece-se muito com um filme que já conhecemos. Escrito por uma chilena (Isabel Allende, em “A Casa dos Espíritos”), esse texto configura-se numa situação que é comum a quase todas as repúblicas da América Latina. Ou seja, nossos problemas são os mesmos. E nos sujeitamos (ou subjugamos) às mesmas forças (os gringos) que sempre procuram interferir com os nossos anseios, movimentos e valores nacionais.

Mais uma razão para nos aproximarmos e formarmos um conjunto coeso. Como o Mercosul, por exemplo, e outros organismos de agrupamento dos países latino-americanos. Capaz de oferecer resistência às forças, declaradas ou ocultas, que não abandonam nunca a determinação de ampliarem os seus domínios.

Rio, 22/07/2015

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 19/08/2015
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