O Maníaco da Maraponga
A Maraponga é um bairro típico de classe pobre alta. Há muitos condomínios, estabelecimentos comerciais, alguns órgãos públicos.
Particularmente aprecio dar uma volta pela lagoa, caminhar entre as árvores ouvindo o farfalhar das folhas secas. Também gosto quando, na primavera, as árvores dos canteiros florescem. Sim, no Ceará as estações do ano também se mostram mas muito discretamente, uma árvore florida aqui, um cair de folhas acolá, a mudança sutil do clima. É preciso sensibilidade para perceber essas coisas.
E eu sou muito sensível. Sei que me consideram maluca. A Vanda, então, não faz empenho de esconder, diz na minha cara. Eu fico fula. Louco é aquele que não sabe distinguir a realidade visível da invisível.
Apois. Gosto de caminhar descalça pela avenida, sentindo o asfalto sob os meus pés. Os pedregulhos de alguma construção. O terreno baldio, tomado pelo mato, que abre o veio da minha imaginação.
Um dia, voltando da faculdade, um carro parou próximo a mim. Havia um homem dentro. Ele me perguntou como fazia para chegar ao José Walter e eu, otária, expliquei na maior boa vontade. Quando eu dei fé, o desgraçado estava fazendo coisa feia para eu ver. Saí andando com nojo e raiva. Tivesse uma pedra de calçamento por perto eu teria partido a cabeça do infame em duas bandas.
O tempo passou e eu me esqueci do episódio. Certa noite eu estava na parada do Parque Veras quando um carro parou e o motorista me perguntou como poderia chegar ao Balão do Mondubim. Principiei a explicar. Pois não é que era o mesmo maníaco! Fiquei muito indignada por ter caído de novo na armadilha. Ainda teve a atrevessença de me chamar de princesa!
Desde então eu não dou atenção nem ao papamóvel.
Bem que o Sargento me disse para desconfiar de motoristas que pedem informações.
* O Sargento:
http://www.senhoritavera.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=5321044
Particularmente aprecio dar uma volta pela lagoa, caminhar entre as árvores ouvindo o farfalhar das folhas secas. Também gosto quando, na primavera, as árvores dos canteiros florescem. Sim, no Ceará as estações do ano também se mostram mas muito discretamente, uma árvore florida aqui, um cair de folhas acolá, a mudança sutil do clima. É preciso sensibilidade para perceber essas coisas.
E eu sou muito sensível. Sei que me consideram maluca. A Vanda, então, não faz empenho de esconder, diz na minha cara. Eu fico fula. Louco é aquele que não sabe distinguir a realidade visível da invisível.
Apois. Gosto de caminhar descalça pela avenida, sentindo o asfalto sob os meus pés. Os pedregulhos de alguma construção. O terreno baldio, tomado pelo mato, que abre o veio da minha imaginação.
Um dia, voltando da faculdade, um carro parou próximo a mim. Havia um homem dentro. Ele me perguntou como fazia para chegar ao José Walter e eu, otária, expliquei na maior boa vontade. Quando eu dei fé, o desgraçado estava fazendo coisa feia para eu ver. Saí andando com nojo e raiva. Tivesse uma pedra de calçamento por perto eu teria partido a cabeça do infame em duas bandas.
O tempo passou e eu me esqueci do episódio. Certa noite eu estava na parada do Parque Veras quando um carro parou e o motorista me perguntou como poderia chegar ao Balão do Mondubim. Principiei a explicar. Pois não é que era o mesmo maníaco! Fiquei muito indignada por ter caído de novo na armadilha. Ainda teve a atrevessença de me chamar de princesa!
Desde então eu não dou atenção nem ao papamóvel.
Bem que o Sargento me disse para desconfiar de motoristas que pedem informações.
* O Sargento:
http://www.senhoritavera.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=5321044