O Acre do sudeste.
Muito bem, devo confessar que um dos meus vícios é jogar alguma coisa com perguntas e respostas, pode ser qualquer tipo de jogo, adoro.
Sei que tomo conhecimento das coisas mais esdrúxulas tipo quem fez o segundo gol da Alemanha no jogo que ganhou do Brasil em 2014.
Pra quê alguém quer saber isso? Pra nada, a não ser ganhar o jogo.
É uma explosão de cultura inútil, mas não deixa de ser cultura.
Além disso dizem que faz bem pra quem não quer abraçar o alemão (ter Alzheimer), pois relembram coisas do passado, presente, obriga a fazer contas, etc.
Aí, quando estou relaxando e jogando, me aparece a seguinte pergunta:
“Qual o Estado é o Acre do sudeste?”
Respostas:
“RJ; SP; MG; ES”
A resposta considerada certa seria o ES.
Fiquei chateada com o jogo, afinal, mesmo sem conhecer o Acre, não entendo o preconceito em relação aquele Estado.
Aliás, nem entendo preconceito qualquer que seja mesmo porque todo preconceituoso é de fato um ignorante.
A partir desta premissa, resolvi consultar o Doctor Google para saber mais sobre o Acre.
É claro que todos sabem que o Acre foi comprado da Bolívia e do Perú, e “Em 17 de novembro de 1903, com a assinatura do Tratado de Petrópolis, o Brasil recebeu a posse definitiva da região. O Acre foi, então, integrado ao Brasil como território, dividido em três departamentos. O território passou para o domínio brasileiro em troca do pagamento de dois milhões de libras esterlinas, de terras de Mato Grosso e do acordo de construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré.
Tendo sido unificado em 1920, em 15 de junho de 1962 foi elevado à categoria de estado, sendo o primeiro a ser governado por uma brasileira, a professora Iolanda Fleming.
Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os seringais da Malásia foram ocupados pelos japoneses. Na mesma época, a Tailândia, um grande produtor de borracha, participou da guerra ao lado do Eixo. Assim, o Acre representou a principal fonte de borracha dos Aliados durante a guerra. Em reconhecimento à contribuição produtiva do Acre em prol da vitória aliada, dentre outras motivações, o Brasil conseguiu recursos norte-americanos para construir a Companhia Siderúrgica Nacional, e assim alavancar a industrialização até então estagnada do Centro-sul, que não possuía ainda indústrias pesadas de base.
Em 2005, foi iniciada a construção da Estrada do Pacífico, que dá ao Brasil, pelo Acre, acesso a três portos peruanos no Oceano Pacífico (Ilo, Maratani e San Juán) para facilitar as exportações para a Ásia. A estrada foi concluída em 2011”.
Achei muita coisa interessante e nada que desabonasse o Acre.
Como sei que o Espírito santo também é pouco conhecido, resolvi inserir aqui alguma informação também, mas desta feita não precisei ir ao mestre Google, eu mesma entendo de minha querida terra.
Banhado pelo oceano atlântico a leste e sombreado pela Serra do Caparaó a oeste, o Espírito Santo têm lindas praias, inclusive com o plus de ter areias monazíticas boa terapia para quem têm artrite e inflamações nas praias de Guarapari. E a região tem a segunda maior cota de altitude do Brasil, culminando com o Pico da Bandeira.
Nossa economia é vasta, sendo o maior produtor de café do Brasil, um dos maiores produtores de mamão e cacau. Somos também o maior produtor de chapas de aço do Brasil, entre outras coisas.
Seu povo é constituído por descendência europeia na maioria, e ainda indígenas e africanos.
Assim, não entendo como podemos ser tão vítimas de preconceitos injustificados.
Então, de manhã quando estiver tomando seu café e comendo seu mamão, depois do almoço quando comer um chocolate, calçar seu tênis com solado de borracha "orgânica", quando ligar seu carro (imagine as placas de aço para a fabricação), lembre-se que essas coisas podem ter vindo do Espírito Santo ou do Acre.
Ha, lembrei! Deve ser pelo mesmo motivo que falei acima, todo cidadão preconceituoso é também ignorante. Espero ter contribuído para acabar com a ignorância de uns poucos, e por conseguinte com o preconceito sobre o Acre e o Espírito Santo.