Sono pesado,mas põe pesado nisso...
Nossa são 9 horas, puxa vida a muito tempo eu não dormia tão bem.Deve ter sido o cansaço de ontem.Deitada fico pensando no dia que passou,o almoço com meus filhos, netos e amigos, um dia perfeito, abençoado.Cansada,fui cedo para o berço.
Tudo bem, mas agora mesmo a contra gosto tenho que me levantar,queria mesmo era poder ficar deitada em meio as cobertas quentinhas,mas tenho obrigações,não posso ficar deitada indefinidamente né?!
Levanto,sigo numa preguiça que dói,vou me “arrastando” pela casa,numa má vontade única!
Ainda bem que estou sem fome pois já tiraram a mesa do café,a cozinha está um caos com louça suja dento da pia.
De repente surgem meus filhos parecem um furacão, estão esquisitos, choram ,falam alto,remexem nas minha gavetas, pegam papéis,pastas de documentos, com uma pressa danada.
Sigo os dois.Caramba o que eles querem,revirando minhas coisas,meus guardados?
Pego minha filha pelo braço pergunto o que está acontecendo para eles agirem como desesperados.
Ela finge que não ouve,meu filho a mesma coisa,ninguém me responde nada!Que raiva,cambada de mal educados!
Já sei!Enlouqueceram de vez.
Passam por mim como se eu fosse um móvel e entram no carro ,eu corro e também entro, não me importo se eles gostam ou não,eu vou junto e pronto.
Ah mas eles vão me pagar, terão que me explicar tim-tim por tim-tim o pouco caso que me fizeram e por que não respondem minhas perguntas.
O carro para.Os dois saem apressados, entram num escritório,enquanto fico no carro.
Rapidamente voltam para o carro, só conversam entre eles.Desaforados, eu pergunto,bato no ombro da minha filha para chamar sua atenção ela nem se incomoda,não me dá a mínima e continua naquele blábláblá quase não entendo o que diz...
De repente param o carro na garagem do cemitério.
Caramba!Quem morreu?Deve ser alguém muito querido para eles estarem tão transtornados!Fico curiosa. Quem será???
Desço, também, vou junto com eles.Entramos numa sala, eu fico ansiosa para saber quem é que morreu,chego perto do caixão...
Nossa! Olho bem para a falecida!Engraçado, essa cara não me é estranha!É alguém que conheço mas não me lembro quem,é muito parecida comigo, sou muito branca,mas essa aí está exageradamente branca.Olho bem e avalio,até que ela está bonitinha com esse batom rosa...!
Meus filhos e netos se aproximam da mulher morta, a beijam e choram desesperados. Puxa vida como eles gostavam dela,o que será que ela fez para eles gostarem tanto dela e chorarem tanto?
Foi então que um deles disse:
- Mãe você vai fazer muita falta, nós te amamos muito, você esta levando nossa alegria!
Quase desmaiei! Caramba era eu ali deitada, imóvel, coberta de flores com mosquitinhos querendo entrar no meu nariz cheio de algodão,um pensamento tenebroso passa pela minha cabeça,será que tamparam os ouvidos e outros “buracos” também?Eu mesma “me” respondi:Deixa de ser idiota....
Fiquei curiosa querendo saber o que tinha acontecido comigo, foi quando ouvi alguém dizer que tive um infarto fulminante, que morri dormindo(cá pra nós eu rezava para morrer dormindo,aleluia!).
Oba consegui, ao menos isso de bom!
Agora entendo aquele sono tão pesado como o “sono da morte”,e não é que era a morte?!
Por hora estou por aqui assistindo o que os “convidados” dizem a meu respeito,a maioria me elogia, pelo que dizem devo ser santa,até aquele nojento metido a besta me “endeusou”.Ô cara de pau,ah se eu pudesse dava-lhe um pé de ouvido,ou no mínimo um empurrão,mas sei que ele não vai sentir.Quer saber vou colocar (se conseguir levantar) uma pedra para ele tropeçar na saída do cemitério.
Agora que sei o que se passou estou muito bem,achei que a “coisa” fosse pior.Tenho que me acostumar a ficar “de fora”. Finalmente vou poder acompanhar ainda mais meus filhos e neto, sem dar palpites em suas vidas,ajudar no que puder,sem que eles reclamem ...
Ouço ao longe alguém me chamando.
Respondo quase gritando e vou ao enconto da “voz”:
-Calma!Já vou!Estou indo! Que saco,que pressa boba!
Encontro a “voz”:
-Vamos esclarecer desde já esta situação!Presta bem atenção, sou rebelde por natureza,ouça bem o que vou te dizer depois não diga que não avisei.Não se iluda que vou ficar aqui feito morta,por que daqui a pouquinho volto para ficar perto de quem amo.Mesmo que eles não me vejam, eu os vejo e é isso que importa.É melhor não querer mandar em mim,reclamar,nem criar caso,senão apronto o maior quebra-pau,faço um tendéu, armo o maior “barraco” e viro isso aqui de “cabeça prá baixo”! Entendeu???
A “voz” emudeceu!.
M.H.P.M.
Nossa são 9 horas, puxa vida a muito tempo eu não dormia tão bem.Deve ter sido o cansaço de ontem.Deitada fico pensando no dia que passou,o almoço com meus filhos, netos e amigos, um dia perfeito, abençoado.Cansada,fui cedo para o berço.
Tudo bem, mas agora mesmo a contra gosto tenho que me levantar,queria mesmo era poder ficar deitada em meio as cobertas quentinhas,mas tenho obrigações,não posso ficar deitada indefinidamente né?!
Levanto,sigo numa preguiça que dói,vou me “arrastando” pela casa,numa má vontade única!
Ainda bem que estou sem fome pois já tiraram a mesa do café,a cozinha está um caos com louça suja dento da pia.
De repente surgem meus filhos parecem um furacão, estão esquisitos, choram ,falam alto,remexem nas minha gavetas, pegam papéis,pastas de documentos, com uma pressa danada.
Sigo os dois.Caramba o que eles querem,revirando minhas coisas,meus guardados?
Pego minha filha pelo braço pergunto o que está acontecendo para eles agirem como desesperados.
Ela finge que não ouve,meu filho a mesma coisa,ninguém me responde nada!Que raiva,cambada de mal educados!
Já sei!Enlouqueceram de vez.
Passam por mim como se eu fosse um móvel e entram no carro ,eu corro e também entro, não me importo se eles gostam ou não,eu vou junto e pronto.
Ah mas eles vão me pagar, terão que me explicar tim-tim por tim-tim o pouco caso que me fizeram e por que não respondem minhas perguntas.
O carro para.Os dois saem apressados, entram num escritório,enquanto fico no carro.
Rapidamente voltam para o carro, só conversam entre eles.Desaforados, eu pergunto,bato no ombro da minha filha para chamar sua atenção ela nem se incomoda,não me dá a mínima e continua naquele blábláblá quase não entendo o que diz...
De repente param o carro na garagem do cemitério.
Caramba!Quem morreu?Deve ser alguém muito querido para eles estarem tão transtornados!Fico curiosa. Quem será???
Desço, também, vou junto com eles.Entramos numa sala, eu fico ansiosa para saber quem é que morreu,chego perto do caixão...
Nossa! Olho bem para a falecida!Engraçado, essa cara não me é estranha!É alguém que conheço mas não me lembro quem,é muito parecida comigo, sou muito branca,mas essa aí está exageradamente branca.Olho bem e avalio,até que ela está bonitinha com esse batom rosa...!
Meus filhos e netos se aproximam da mulher morta, a beijam e choram desesperados. Puxa vida como eles gostavam dela,o que será que ela fez para eles gostarem tanto dela e chorarem tanto?
Foi então que um deles disse:
- Mãe você vai fazer muita falta, nós te amamos muito, você esta levando nossa alegria!
Quase desmaiei! Caramba era eu ali deitada, imóvel, coberta de flores com mosquitinhos querendo entrar no meu nariz cheio de algodão,um pensamento tenebroso passa pela minha cabeça,será que tamparam os ouvidos e outros “buracos” também?Eu mesma “me” respondi:Deixa de ser idiota....
Fiquei curiosa querendo saber o que tinha acontecido comigo, foi quando ouvi alguém dizer que tive um infarto fulminante, que morri dormindo(cá pra nós eu rezava para morrer dormindo,aleluia!).
Oba consegui, ao menos isso de bom!
Agora entendo aquele sono tão pesado como o “sono da morte”,e não é que era a morte?!
Por hora estou por aqui assistindo o que os “convidados” dizem a meu respeito,a maioria me elogia, pelo que dizem devo ser santa,até aquele nojento metido a besta me “endeusou”.Ô cara de pau,ah se eu pudesse dava-lhe um pé de ouvido,ou no mínimo um empurrão,mas sei que ele não vai sentir.Quer saber vou colocar (se conseguir levantar) uma pedra para ele tropeçar na saída do cemitério.
Agora que sei o que se passou estou muito bem,achei que a “coisa” fosse pior.Tenho que me acostumar a ficar “de fora”. Finalmente vou poder acompanhar ainda mais meus filhos e neto, sem dar palpites em suas vidas,ajudar no que puder,sem que eles reclamem ...
Ouço ao longe alguém me chamando.
Respondo quase gritando e vou ao enconto da “voz”:
-Calma!Já vou!Estou indo! Que saco,que pressa boba!
Encontro a “voz”:
-Vamos esclarecer desde já esta situação!Presta bem atenção, sou rebelde por natureza,ouça bem o que vou te dizer depois não diga que não avisei.Não se iluda que vou ficar aqui feito morta,por que daqui a pouquinho volto para ficar perto de quem amo.Mesmo que eles não me vejam, eu os vejo e é isso que importa.É melhor não querer mandar em mim,reclamar,nem criar caso,senão apronto o maior quebra-pau,faço um tendéu, armo o maior “barraco” e viro isso aqui de “cabeça prá baixo”! Entendeu???
A “voz” emudeceu!.
M.H.P.M.