Descobri que eu quero cortar os meus pulsos
A Lilian pode até ter razão no que ela diz, sabe? Mas já me senti estranho e com uma ''felicidade além da conta''.
E olha, que ela, não fez o que a vaca fez comigo, hein? - Só me fez chorar pra caralho, mas mesmo assim, foi profunda e mexeu comigo.
E não gosto que ninguém mexa com a minha cabeça do jeito que ela mexeu, pois senti, que iria perder a minha inspiração.
Então, coloquei os Raimundos no alto e comecei a bater nas paredes e dizer: ''Ninguém vai me mudar!''.
Quero sentir o sangue correndo em minhas veias, quero me apaixonar visceralmente, quero ler os poetas suicidas que fizeram ser o que eu sou. - Não quero ser feliz.
Felicidade = Ser o otário que eu era no Tobias.
Me senti como naquela época, depois que a Lilian me fez refletir sobre as coisas, sabe? E não quero ser mais aquele otário, não.
Quero escrever muitos livros, quero ficar nervoso, quero passar mal de dor, quero cortar os meus pulsos.
Não quero amadurecer e, não quero mudar o meu jeito.
E outra, se eu conhecesse a Lilian na época do Tobias, ela não iria se aproximar de mim, nem fodendo.
Então, prefiro essa desconfiança, a faca passando por cima de minhas veias e o vômito passando por cima de minhas calças.
Do que a ''doce loucura'' de ser otário novamente.