SERES HUMANOS

O Facebook é a maravilha que está a nossa disposição. É o lugar onde encontramos velhos amigos e trocamos mensagens. Grande parte de nossas manifestações são pra lá de positivas.

Não há discussões, mas, às vezes, alguns deixam escapar a sua opinião a respeito de algo. É um pecadinho à toa. O espaço é democrático e não deixa de ser um lugar virtual de lazer.

É um grande quiosque virtual dentro deste condomínio conturbado que é o planeta.

Não é a nossa vida real, não é mesmo. E nem poderia! Nossas mazelas ficam lá no mundo real do qual a gente dá um tempo.

Algumas vezes encontramos um papo estranho entre duas pessoas, dá a impressão que estão trocando farpas, mas faz parte do debate. Têm pessoas que talvez eu nunca veja pessoalmente, mas é parte do esquema também. O próprio “face” instiga a gente a bisbilhotar o que o outro está postando. Será enxerimento? Pode ser. Somos assim mesmo. Têm pessoas que são “seguidas” e outras pedem que curtamos coisas que nem sempre é do nosso interesse. Tudo bem, às vezes a gente pede umas bobagens mesmo. Mas de qualquer sorte, aprendemos muito e vemos que o mundo está “bombando”. Esta dinâmica, guardadas as devidas proporções, sempre houve e num ritmo aparentemente menor. Agora compartilhamos e sabemos de tudo numa louca velocidade.

Se o mundo soubesse o que a Rússia fez com a Ucrânia em 1932 nesta mesma velocidade; se o mundo soubesse o que acontecia em Ruanda em 1994 nesta mesma velocidade; se o mundo soubesse do massacre dos Armênios. Se o mundo soubesse nesta velocidade o que os colonizadores impuseram aos índios americanos; se o mundo soubesse as barbaridades que o Japão fez quando invadiu a China, na mesma velocidade; talvez este mundo veloz que conhecemos hoje não fosse o mesmo. Talvez fosse pior ou melhor. Não sabemos. O que sabemos é que nuvens negras pairam sobre o planeta. E se olharmos com atenção, ainda não sabemos o que é Paz plena no planeta Terra. Nem conhecemos o real significado da palavra Paz. A Paz parece ser uma ilusão. Os europeus sempre exploraram a África e agora os explorados fogem para a Europa sem dar-se conta que a Europa sempre foi o seu algoz. Alguns fogem de seus países e querem impor suas regras nos países que os acolhe. Estranho, não é mesmo? Fico em dúvida se, nós humanos, somos todos iguais. Paira uma dúvida. Quando foi que nos desigualamos? Tenho a nítida impressão que os interesses desigualaram o ser humano. Lutas étnicas e limpeza étnica a princípio soam estranhas pra nós ocidentais. Entretanto, na guerra do Paraguai cometemos os mesmos pecados. Na escravidão mostramos o nosso lado perverso. O lado ruim do ser humano é comum a todos os seres humanos. Não restam dúvidas. E sempre há um interesse maior acima das vidas tiradas sem a menor cerimônia. Assim é o Planeta. Por enquanto no Facebook recheamos com mensagens positivas e animadoras. A nossa parte mesmo que aparentemente inócua, é uma semeadura. Tal plantio urge que se faça com bastante intensidade. O ser humano um dia haverá de aprender.

Hitler foi demonizado pela loucura que fez. Stalin, apesar de ter feito uma loucura bem maior, ainda é idolatrado. Mao Tse Tung superou Stalin na desgraceira. Pol pot dizimou parte da população do seu país em nome do mesmo regime de Stalin e Mao. Os interesses fazem com que heróis tornem-se bandidos e bandidos tornem-se heróis.

Somos seres humanos iguais?

Talvez não sejamos ainda, mas um dia quem sabe...