EM QUE NOS TORNAMOS?

Somos o que somos frutos de nossas ações. Ao longo dos séculos passamos por diversos aprendizados e, com certeza sabemos os caminhos mais “humanos” para lidar com as questões. Entretanto, não é assim. Sabemos, embora finjamos não saber, que os verdadeiros detentores do poder econômico são meia dúzia de famílias podres de ricas que comandam os negócios no planeta. Nos EUA, o Partido Republicano e o Partido Democrata são a capa de um sistema comandado por poucos bilionários. Foi sempre assim. E o Brasil ficaria de fora deste sistema. Claro que não! Os países da América Latina têm lá seus débitos insolúveis, pois estão dentro desta mesma máquina perversa de exploração. A nossa esperança sempre foi que aparecesse um grande líder e nos desse pelo menos um alento. Não ocorreu. Nós merecemos. Isto mesmo, somos os verdadeiros culpados. Quando acabou a última Ditadura, foi tirada uma carta da manga, um falso líder, aquele que supostamente levaria o povo as alturas. Não se enganem, foi tudo combinado nos luxuosos escritórios daqueles que realmente mandam e comandam o nosso país. Quando a gestão é equivocada, nós pagamos a conta, como sempre foi. As atitudes dos nossos governantes são sempre radicais e em contrapartida nós esperneamos e ficamos nisto. Somos fracos em nossos pedidos, que na totalidade das vezes é procedente. Erramos duas vezes, ao eleger e ao cobrar. Como assumir uma atitude passiva frente a isto? Não posso. Nas visitas que faço a asilos, deparo-me com uma quantidade expressiva de idosos abandonados. Não são mais úteis e foram sugados pelos seus filhos e pelo sistema. Descartados foram. É cruel, mas é verdade. Eu presencio isto. O sistema que explora tem esta tônica. Dá-se com grande parte dos trabalhadores. Cruel é o sistema. E pra mudar este estado de coisas, as medidas não podem deixar de serem radicais. Pois, radical também é o sistema. Dentro deste, existem os gerentes travestidos de líderes políticos. E diante destes falsos líderes, nos comportamos como torcedores de futebol. Idolatramos o nosso craque, brigamos, muitas vezes vamos às vias de fato, e logo após a partida, vão eles pras suas vidas nababescas e nem sequer lembram-se de nós torcedores. Valorizamos um jogador de futebol e não valorizamos um professor. O que esperar de nós? Quando vamos à greve, a justiça julgará se a greve é legal, como assim? Toda a greve reivindicatória é por si só legal. E que papo é este de manter um percentual dos serviços funcionando? O sistema com suas atitudes radicais nos dá algum percentual ou nos empurra goela abaixo seus decretos? Somos fracos de carteirinha, pois assim nos fizeram. É certo que precisamos urgentemente de um líder, mas com o cardápio que nos é apresentado de políticos, teremos muito que penar ainda. Culpa de todos nós. Para os mais novos, um conselho: Se querem que as coisas mudem pra que os seus filhos tenham um país melhor, lutem, e de todas as maneiras, inclusive da maneira mais radical, pois chega uma hora que diálogo já não é mais possível. Nós, os mais velhos, falhamos, porque acreditamos. E, por acreditar, nos tornamos o retrato da inércia.