EMPURRANDO A MORTE COM A BARRIGA...

A coisa mais certa da vida, talvez a única certeza que podemos ter, é a morte física. Nosso corpo, à semelhança de uma roupa, vai desgastando com o passar do tempo e, um dia, nos desfazemos dele. Uns mais cedo, outros mais tarde. A precocidade ou a longevidade ninguém sabe. Então eu fico a me perguntar por que evitamos tanto falar sobre a morte? Principalmente a nossa. Vivemos tão terra-a-terra que a última coisa que pensamos, se é que pensamos, é que nossa vez de embarcar nesse trem também vai chegar.
O mais engraçado nisso tudo é que mesmo pessoas que se dizem super religiosas, que acreditam na continuidade da vida em outro Plano, que pregam a resignação aos desígnios divinos, que confortam os outros, temem a sua própria. Por que isso acontece? Talvez porque, creiamos ou não na vida espiritual, a morte sempre é uma incógnita para nós. Talvez porque seja uma viagem que temos de fazer sozinhos e sem saber se na estação estará alguém a nos esperar.
Seja como for, a verdade é que a empurramos com a barriga ou, dizendo melhor, fechamos a mente para não pensar nela. Ou, como dizia meu avô paterno: "Quando a morte vem e dou o lado e deixo ela passar". Ele viveu mais de 90 anos, mas, assim como todos os que nos precederam, também ele embarcou no trem da solitária incógnita.
                                                                             Giustina
(imagem Google)
Giustina
Enviado por Giustina em 27/09/2015
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