Leitores, esperando meu médico lindo, maravilhoso e rico na recepção da clínica estava lendo um livrinho muito interessante de Schopenhauer, "Sobre o Ofício do Escritor".
Eu tenho um sesto de ler e conversar com o autor. Ora concordando, ora discordando do alemão, comecei a pensar no que seriam livros bons e livros ruins. Ora, isso depende de quem vai ler. Quem sou eu para dizer que livro tal não presta? No entanto eu digo. Digo porque sou sem-vergonha e o site é meu. Mas não o faço oficialmente, como uma "crítica literária". Crítico profissional é quem não sabe fazer e começa a botar defeito nos fazeres alheios.

Anteontem eu ia no ônibus e vi uma menina com um livro que me lembrou Alice no País das Maravilhas. "Hum!", pensei. Olhei para a criaturinha loura e de novo para o livro. Na etiqueta da biblioteca estava escrito "Harry Potter". Figa. Não aguentei nem o filme avalia o livro. Mas aí eu pensei em como é grande a minha besteira e petulância. Porque a mocinha parecia muito satisfeita com a leitura. Os jovens adoram John Grisham, JK Rowling e outros contemporâneos. É a fantasia deles, Stephenie Meyer é o máximo para eles. Mas nem por isso eu devo tacar um Irmãos Karamázovi em um menino aspirante a vampiro, capaz de quebrar-lhe o cachaço. Aliás eu desconfio que terminei de me desmantelar quando conheci Dostoiévski.

A geração da internet, do whattsapp, carece de fantasia, de sonho, de dragões e guerreiros mas, diferente de nós, os velhos, eles são peritos em realidade. Estudam, se formam, conseguem bons empregos, alguns são cínicos, mentirosos, amorais, tudo que o Capitalismo aprecia e eleva. Portanto, leitores, deixemos os jovens com os seus R.R. Martin e continuemos nós, velhos tolos, a cagar quadrado e sofrer pateticamente com o jovem Werther porque gosto é que nem diz o ditado, cada um tem o seu.
Srta Vera
Enviado por Srta Vera em 28/09/2015
Reeditado em 01/10/2015
Código do texto: T5397182
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