Serenatas desagradáveis.

Acredito que seja de senso comum que ninguém gosta de ouvir qualquer tipo de baralho quando deseja ir dormir; normalmente, este tipo de perturbação é natural de festas, vizinhos mal educados e, até mesmo, de próprios filhos pequenos; mas e se fosse causado por algo extremamente pequeno, numerosos e inteligentes? Quem vive no norte e nordeste deste país provavelmente deva ter conhecimento e experiência semelhante a minha.

Moro em uma pequena cidade do extremo sul de Sergipe, chamada Umbaúba, nela e em outras cidades do estado estão sofrendo com os “ataques” das muriçocas; (dependendo da região ela pode receber outro nome) elas estão tão na “ moda” que até virou hit popular, que por sinal, de péssimo gosto, porém o pior não é ter que ouvir a tal “música” “cantada” (embora, também seja, algo irritante) é não poder dormir na calada da noite graças aos zumbidos em nossos ouvidos destas pragas. O fator climático tem a sua parcela de culpa no nosso sofrimento noturno, as temperaturas altas são favoráveis para a proliferação destes insetos e, também, nós mesmos a outra parcela, pois não é difícil de imaginar que em algum lugar dos nossos lares “esqueçamos” sacos de lixo de vários dias ou jogamos as nossas imundícies em terrenos baldios; estes “deslizes”, também, contribui bastante para o surgimento deles.

Estas pragas, são altamente inteligente, possuem um bom nível de memorização e bem vingativas. São capazes de se esconderem em locais de difícil acesso e de nós acharmos em qualquer lugar da casa. Entretanto, o que mais me impressiona é a sua capacidade de adentrar em qualquer tipo de orifício. Elas devem ter algum tipo fixação ou fetiche a este respeito. Adoram um ouvido, nariz, boca e, até, aquele pequeno espaço que deixamos(deixo) para poder respirar ao me enrolar, da cabeça aos pés, com o cobertor; logo é um método mais prático de se proteger, porém desconfortável, haja visto que, se cobrir no calor que enfrentamos é uma medida tanto quanto desesperada. E convenhamos, não dá pra ficarmos usando ventilador com a alta da conta de luz só para afasta-la, ou ficar á noite toda dando raquetadas nas pestes, pois ou dormimos ou exterminamos com a raça delas.

Nesta peleia diária em nossos lares, o importante é não nos darmos por vencidos. Afinal de contas, são eles os invasores, os perturbadores do sossego alheio. Temos que estar preparados, com a raquete carregada, o incenso aceso e com os nossos lixos nos locais corretos.