Meus Heróis

Depois que descobri suas respectivas identidades secretas e seus reais objetivos para com a humanidade, meus heróis morreram todos, eu mesmo os destruí, arrancando-lhes seus super poderes da minha mente, transformei-lhes em homens normais, desta galáxia, assim como nós.

Quando me acordei para a vida real, logo, me desfiz da já apertada roupa de marinheiro, as capas do super-homem e do batman percebi que não funcionavam, percebi também que a espada do Heman era de plástico e não me protegeria de nada, aquela tinta verde que me transformava em Incrível Hulk, se derretia na chuva, o escudo que o Capitão América me emprestou, tornou-se um papelão obsoleto, enfim, descobri que esses heróis não tinham nada de bonzinhos, até salvavam, mas, somente a américa deles e que eram frutos da impiedosa máquina arrecadadora de dólares do Tio Sam, a partir daí, todos morreram de vez para mim.

O brasileiro, de um modo geral, tem uma excessiva fascinação pelo que vem de fora, fato esse, contribui e nos deixa incapacitados de criar, temos que importar muita coisa; do básico ao essencial, inclusive os heróis infantis, assim, nos tornamos um povo alienado, dependente, não que não sejamos inteligentes ou capazes, mas, por uma série de fatores que não convém citar aqui, o que posso dizer com toda a certeza do mundo, é que, produzimos bastante vilões, isso sim, temos de sobra, para dar e vender.

Nem me venham dizer que esse negócio de criar herói seja coisa somente de país desenvolvido, temos um exemplo aqui mesmo, na América latina, se fossem atacados por inimigos terríveis, até os mexicanos teria quem defendê-los, poderiam tranquilamente em situação de perigo recorrer ao Zorro e ao Chapolin Colorado e quanto a nós? Quem poderá nos defender?

GILMAR SANTANA
Enviado por GILMAR SANTANA em 06/10/2015
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