Não vai ter golpe

Uma frase gritada por grupelhos pró-Governo e repetida por deputados situacionistas é: “Não vai ter golpe”. Bem, se não vai ter, imaginando que isso seja ruim, não devemos nos preocupar.

Contudo, uma pitada de reflexão sobre o quê está em jogo não nos fará mal. O quê é um golpe? “Tem este nome de golpe porque se caracteriza por uma ruptura institucional repentina, contrariando a normalidade da lei e da ordem e submetendo o controle do Estado (poder político institucionalizado) a pessoas que não haviam sido legalmente designadas ... Assim, a expressão golpe de Estado tornou-se comum para designar a tomada de poder (ou a alteração das regras constitucionais) por vias excepcionais, à força, geralmente com apoio militar ou de forças de segurança.” Wikipédia.

Assim sendo, uma ruptura abrupta da ordem constitucional, mediante uso da força derivada de fontes ilegítimas, a primeira “qualidade” do golpe é ser imprevisível, inesperado, surpreendente.

Não se estabelece via propaganda que possa ser contraditada; pois, o exercício do contraditório é prática comum em democracias, não, ditaduras, como as que, patrocinam golpes de Estado.

A grita que se verifica não passa de propaganda mentirosa, pois, antevendo riscos de cassação via meios institucionais legítimos, procura desqualificar com tal pecha, o mero cumprimento da lei constitucionalmente estabelecida.

Ironicamente o Presidente da CUT ameaçou, em pleno Palácio presidencial, sair às ruas com seus asseclas “de arma na mão” em defesa de Dilma. Seriam essas, as armas, instrumentos democráticos?

Portanto, além de mentirosos, covardes, são também ilógicos, estúpidos, ao apregoarem como legitima a força em seu favor, e ilícita a constituição contra seus interesses.

Agora tentaram intimidar ao TCU, para aquele tribunal não denunciasse as visíveis irregularidades cometidas pela Presidente. Agem contra a Lei, e buscam silenciar seus reclames via ameaças, mais um primor democrático que esposam.

A presidente tem insistido na tecla gasta que o único meio legítimo de chegar ao poder é mediante as urnas, como se, até meu cavalo não soubesse disso. A questão relevante é: São seus crimes eleitorais e administrativos que estão em pauta, ou, a chegada de alguém ao poder?

Quer dizer que, chegando via urnas, o sujeito se coloca automaticamente acima da lei, e está legitimado para que faça o que quiser? Mais uma falácia para alimento de beócios que repetem via paixão o que seria expulso a pontapés das arenas da razão.

Lula, o “Pixulecão” segue grasnando aos seus que é odiado por ser bom, pelo bem que fez ao país. Ora, a “inclusão social” cantada em prosa e verso não passou de uma gastança populista e irresponsável, de gente inconsequente que pensa que dinheiro dá em árvores.

Essa balela “socialista” de priorizar os pobres e descuidar da infraestrutura que permite aos ricos seguir gerando empregos e renda. A clássica visão canhota que em busca de votos oferta de fonte alheia, facilidades a vagabundos, invés de oportunidades aos diligentes. Receita infalível para aviltar uma nação, basta ver o histórico dos países onde isso foi feito.

Agora, expoentes do petismo nem conseguem mais circular livremente em aeroportos, shoppings, restaurantes, dada a revolta popular. Semearam ventos, não esqueçamos. Sempre fracionaram a sociedade do nós contra eles. Negros contra brancos, ricos contra pobres, nordestinos contra sulistas, gays contra heteros, etc. Cresceram fomentando a discórdia, não a convivência harmoniosa. Agora que “eles” são mais de 70% e “nós” uns dez, natural que a semente do ódio plantada por mais de uma década enfim, frutifique.

Não me iludo achando que eventual impedimento da presidente recolocaria a casa em ordem, o estrago é mui profundo; mas, pelo menos, reporia a lei em seu pedestal, e devolveria saúde às tão combalidas instituições de nossa frágil democracia.

Na verdade, sendo o regime democrático o império da vontade majoritária, é sim, um golpe, meia dúzia de safados que se elegeram via estelionato, seguir dando as cartas para um nação que não suporta mais a roubalheira, tampouco, a incompetência. Não vai ter golpe, vai ter impeachment!