TRAPAÇA.

Os preceptores do mal agem nos bastidores, sempre, suas figuras depauperadas entram e saem em portas ensombradas, esgueirando-se pelas sombras em que segredam seus gestos e condutas, sempre reprováveis sob as lentes da mais mínima ética na caminhada da existência. São assim encastelados.Promovem o mal, disseminando-o.

Querem indicar didáticas sem pedagogia nenhuma, sob a égide de uma retórica minimizada, anã de fundamentos aceitáveis segundo princípios de boa vontade.

Por vezes ainda no palco surgem, cuspindo fogo de suas ventas, féleas, no bojo de grosseiras figuras encarnadas, repulsivas, escancarando seu ódio pela recusa da mentira em que vivem, assaltados por pesadelos tomados de vinditas, falsidades e fraudes.

Vão por vezes nessas portas, recebidos como preceptores, convocados ou não, a seduzirem, indicarem caminhos para salvarem o que está perdido por suas próprias ações, rasteiras, menores, predadoras e interesseiras. São o caminho do mal. E são recebidos, não se sabe a que preço, hipotético, portas por vezes abertas, em outras oportunidades entreabertas. E tornam cada vez mais impossível a salvação para o bem,o que presta, pois não se salva o que morreu por total exaustão da certeira e correta caminhada. E além de já estarem mortos, querem continuar a mortandade,aumentá-las até a exaustão, levando toda um ordem de inocentes úteis, e impossibilitam qualquer exumação honrada por uma honra desconhecida, nunca exaltada, sempre rejeitada, somente enaltecida por aqueles que dessa caminhada se beneficiaram, e vergonhosamente aplaudem, evidentemente mediante paga de poucas moedas, para saciarem necessidades a que fazem juz.

E os sepultos por desonra restam impossibilitados de uma referência anímica que cause perdão por arrependimento eficaz. E mergulham cada vez mais no piche fétido que nos dá conta a Comedia de Dante Alighieri. São assim as personalidades definidas por Alighieri em seus círculos.

E as bolgias são aumentadas, cada passo indicado faz mergulharem mais na fossa abissal que não tem volta.

A esperança que muitos proclamam, por um céu esperançoso, se afirma quando espaços propícios se afiguram. Quando a contaminação do mal avança em vários seguimentos, não se espera do subjetivismo que a lógica não autoriza, certezas improváveis. Tal ordem de proposições nem autorizam o consentimento do caos, muito menos e mais, a anuência de uma estabilização remota. O inferno nunca será o céu de esperança.

Os números e a dúvida do andamento da sociedade em sua institucionalização, na plenitude de seus objetivos, não permitem aos aparelhados histórica e sociologicamente, assentarem certezas improváveis. Nada que não possa melhorar, sob a orquestração da única razão absoluta, o tempo, nem que possa não piorar.

Trapaças não acabam bem.....

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 08/10/2015
Reeditado em 08/10/2015
Código do texto: T5408533
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.