MENTE CHEIA

Não sei vocês, mas, comigo é assim, tem dias que fico horas na frente do teclado e não consigo produzir nada, nenhum conto, nenhuma crônica, nada, nada mais que algumas palavras sem sentido, não consigo dar coerência a nenhum assunto que porventura surja, não consigo ligar as idéias, nem as boas, é como se o HD da minha cabeça travasse, e como nós não temos o botão reset, me torno improdutivo nesse momento.

Talvez sejam os probleminhas do dia-a-dia que vão aos poucos se acumulando, se amontoando em nossa mente e nem percebamos. Nos dias de hoje, vivemos tão intensamente, damos várias voltas ao mundo sem sair de casa para resolvermos nossos problemas, tem uma senha para tudo, uma para o wi-fi, outra para o email, outra para o smartphone, outra para o banknet que não pode ser a mesma da agência e quando você vai se acostumando com elas, algumas precisam ser atualizadas, necessitando ser modificadas, contendo números e letras maiúsculas e minúsculas, sem contar as dos cartões de crédito, cadeados de segredo, do alarme residencial, ufa, ainda não citei nem a metade e já é muita coisa ocupando e preenchendo nossa mente, e olha que não precisamos mais decorar números de telefones. somos também, nesse mundo globalizado e interligado, o tempo inteiro bombardeados com diversas informações importantes ou não, sejam vindas da internet, do whatsApp, por SMS, pela TV que também é conectada, pelo rádio, quem diria, até nos painéis da escada rolante e dos elevadores, e etc, é muita informação distribuída para ser filtrada e armazenada em um curto espaço de tempo, os neurônio devem ficar atônitos diante desse quilométrico congestionamento de mensagens, deve ser esta a explicação da minha leseira ao tentar escrever e, nem sempre, encontrar as palavras certas.

Pelo jeito, não tem mais volta, o mundo se tornou real e virtual ao mesmo tempo, nem adianta desligar o celular, se isolar completamente em uma cidadezinha interior ou se esconder numa praia deserta, porque uma hora, de um jeito ou de outro, precisaremos nos conectar com alguma informação desse mundo instantâneo, e aí, os dados retidos desabarão como uma avalanche violenta em nossa mente.

GILMAR SANTANA
Enviado por GILMAR SANTANA em 13/10/2015
Reeditado em 21/10/2015
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