“Estamos namorando há 1 ano, mas já somos praticamente casados...”

A situação hoje está tão difícil que tem gente com 25 anos nunca trabalhou, acredita? Basta se enrolar na faculdade ou se envolver com concursos públicos que você tem uma justificativa perfeita para isso. Além disso, o carinha conhece a menina numa festa, sai com ela duas ou três semanas e já estão “namorando sério”. Um belo final de semana o casal sai e acaba ficando tarde pra ele voltar pra casa sozinho... Resultado: “dorme aqui mesmo, no sofá, meus pais nem vão achar ruim”. Na primeira noite o rapaz se sente constrangido, nem dorme direito e acorda antes de todo mundo pra ir embora. O pai percebe que alguém diferente dormiu ali, mas não quer se desgastar com essas coisas, deixa pra mãe conversar com a garota. A mãe pergunta como foi o churrasco e a filha responde que estava muito bom e acabou tarde... como as ruas andam muito violentas, resolveu chamar o namorado pra dormir no sofá. A mãe pensa na mãe do menino. Provavelmente ela não ia gostar de ver seu filho andando por aí, à noite. Vai que o garoto é abordado enquanto pára no sinal vermelho? Melhor não dizer nada. “Pelo menos aqui eles estão seguros”, pensa. E assim vai. O casal completa quatro meses de namoro e o namorado já não sai mais casa dela. A menina já está até pensando em pedir uma cama de casal pros pais, “sabe como é, né, essa cama está muito estreita”.

O que era pra ser um namoro vira um casamento: o namorado esquece de levar a toalha pro banheiro e grita de lá mesmo, o sogro reclama que o carro está sujo e sugere que o genro poderia lavar – já que ele usa tanto quanto os outros, e a sogra pede pra ele pegar o cunhado de seis anos na escolhinha de futebol.

Ah, que saudade daquele tempo em que os adolescente namoravam no portão da casa e depois da meia noite cada um ia pra sua casa. Era divertido observar os jovens planejando quando poderiam se casar e ter a sua própria rotina de marido e mulher. Evoluiu-se no quesito intimidade, mas a maturidade não foi suficientemente desenvolvida para desfrutar dela. É preciso valorizar as conquistas dessa geração sem deixar de avaliar as informações deixadas pela geração passada.

Sêmelle
Enviado por Sêmelle em 26/06/2007
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