Somos todos refugiados

Nos últimos meses, temos visto com muita perplexidade, a luta dos refugiados em busca de uma vida melhor na Europa, ou em qualquer lugar que lhes ofereçam um pouco de paz, harmonia e a chance de recomeçar.

Países como a Síria, Afeganistão, Paquistão entre outros, sofrem com o agravamento de guerras civis, pressão política, além do domínio de grupos terroristas. Fatores como esses são a válvula propulsora, que movem milhares de refugiados a deixarem suas terras.

A luta é árdua para esses homens, mulheres e crianças. Famílias nem sempre conseguem unidas e compactas cruzar o Mar Mediterrâneo, principal rota desses itinerantes. O final feliz é imprevisível, nebuloso, incerto.

Sofrimento, dor e superação se misturam com a ânsia de uma vida sem violência e opressões.

O fato é que somos todos refugiados. De alguma forma, em alguns momentos da nossa vida. Nossa terra – o coração da gente se encontra em ruínas. Partimos então, numa verdadeira “diáspora”, queremos encontrar refúgio em outro colo, em outros abraços, em outros lares.

Fugimos porque nossa terra está seca, desnutrida, devastada pela ausência de amor, compaixão, força, coragem para mudar. Contudo, nós tentamos e como refugiados lutamos contra os estorvos agonizantes que de vez em quando, calam nossa voz e agridem a nossa alma.

Fugimos sempre... Não precisamos deixar nosso país para sermos refugiados. Existem guerras que se erguem todos os dias dentro de nós mesmos.

Os sírios, os afegãos, os paquistaneses continuarão com a sua procissão rumo à pátria, que estiver de braços abertos para lhes receberem. E nós, refugiados das condições e crises existencialistas também seguiremos. Enfrentando dia após dia, os ventos frios, os desertos escaldantes e os mares tenebrosos da vida.