Ensaio

Tantos cantos que vou, andarilhando, enquanto canto para que o encanto me encontre... e assobie para mim. Ando rodeando, tornando o fosco tao vivo... mais vivo que eu. Acelero o passo pra nostalgiar o serelepe em mim, para que volte meus pés inteiros e eu não recorde dos roxos e das luxaçoes. Coleciono fraturas, expostas, internas. Eternas. Mas caminho séria, atenciosamente o suficiente pro encantador esbarrar em mim. Ando de maos dadas com o vento que me sopra enquanto assopro aquela planta que devia me conceder um desejo, mas que deixo me iludir como aquele batom nos labios daquela dama que deseja enlaçar-se em mim, até eu lançá-la à outro palco que não mais seja meus braços. Mas enquanto for, me use como enredo. Enredo de tua coreografia, e eu, de uma poesia minha. Flutuo firmemente acima deste chão cansado disposta a esbarrar no que me traga um trago de transito entre eu e o que dançar dentro de mim.

Carmen Tina
Enviado por Carmen Tina em 29/10/2015
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