Abordar navios mercantes *

Acontece um fenômeno atualmente que sempre me incomoda. É um fenômeno travestido em um discurso e como todo o discurso padece de originalidade já que ele é comido, cuspido e reproduzido minuto a minuto. Sei que mesmo depois de tantas coisas ditas por tantas mentes brilhantes nesse mundo nada mais é original. Ontem tive uma ideia superinteressante que revolucionaria o planeta e hoje descobri que um filósofo da Irlanda do norte, no século XIX, já havia pensado como eu pensei, qual então seria a minha visão: felicidade por pensar como um cara muito inteligente ou preocupação por pensar como um homem tão antigo?

Saindo dessa divagação, que não é a ideia central desse texto, quero voltar ao fenômeno que disse lá no início. Sim é algo muito perturbador que incomoda tanto como é reproduzido. Esse causo atende pelo nome de saudosismo virtual. É verdade, quem tem a oportunidade de acessar vídeos de músicos antigos brasileiros no youtube constata isso de imediato. Aquele povo lá... Com aquelas opiniões lá... Tão chatas! Do tipo: “Queria viver em x época, porque ali sim era bom”, “tempos que faziam coisas boas, hoje é uma merda”, “antigamente... (colocar aqui alguma qualidade supervalorizada do passado, em que a sérias dúvidas se ocorreu mesmo)”, coisas desse tipo e outras muito mais bossais.

Seja no discurso falado, seja na internet comumente distribuem essa visão por ai, que é algo preocupante. Se o passado é tão bom o que somos, hora? Apêndices da humanidade? Olha sei que muitas coisas maravilhosas foram feitas pelo passado, sei disso após receber as suas heranças. Mas muita coisa eu nunca vi e tenho grandes dúvidas se esses que viram, e tanto defendem, falam com a total sinceridade. Sim, nesses tempos as pessoas matavam, dominavam e se aproveitavam dos outros como se faz hoje. Se a violência ou desrespeito ou a ignorância são maiores hoje não é a discussão e também isso não interessa, se acontece as coisas ainda estão ruins (sou contra essa ideia de contagens de mortos para comparar se algo é melhor do que outra coisa).

Fui dessa corrente saudosista por certo tempo, mesmo sem saber o que havia lá atrás, hoje vejo como isso é uma besteira, pois o passado nada mais é que uma base, não um refugio. Digo a vocês: acredito em nossa querida “geração y” (já rotulada e classificada por grandes mentes), a geração que nasce da tecnologia e está cada vez mais relacionada com todo o mundo, a geração das relações dinâmicas, das escolhas sinceras, da ideia de que a vida não é uma passagem para um lugar metafísico, mas uma oportunidade de aproveitar cada minuto que se passa.

Tenho grandes perspectivas para o futuro-presente, sim sou da corrente positiva! Acredito realmente que apareça por aí alguém tão brilhante, quiçá mais, como: Nietzsche, Machado de Assis, Chico Buarque de Holanda e tantos outros brilhantes gênios. Eles estão ai abarcando no porto da vida, com seu gás e suas novas características, com seus smartphones, seus penteados e roupas loucas. Estão aí incrementando o seu a mais de inteligência, força e conhecimento. Que orgulho ser dessa geração! Que sorte nascer nessa época, é por isso que para os saudosistas, eu grito: Deixe estar! Deixe estar!

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Sempre tenho muito a dizer, mas nunca sei se isso que falo realmente é importante, tem grande probabilidade de não ser, então espero que você que leu isso aqui comente e critique como quiser. Com certeza haverá erros e incongruência... isso é normal sou apenas uma criança na literatura.

* Ver: RPM - Rádio Pirata

Josué Viana
Enviado por Josué Viana em 08/11/2015
Código do texto: T5442010
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