ENTRE ACERTOS E EQUÍVOCOS

Estamos no ano de 2015, da Era Vulgar, da Graça, etc.

Foi um ano de diversas descobertas no campo da ciência.

Os empolgados, no calor do proselitismo, estão misturando afoitamente espiritualidade com nano tubos de carbono que retém a alma nas células cerebrais, e, quando o corpo morre esta alma é absorvida pelo Universo. (Putz! nº1)

A NASA revelou que em poucos anos teremos contato com alienígenas. (Putz! nº2)

Alguns cientistas ferraram com a Teoria de Einstein quando inferiram que partículas mudam de comportamento quando observadas. (Putz! nº3)

Outros cientistas que trabalham no Grande Colisor de Hádrons, disseram estar prestes a atingir outra dimensão naquele experimento. (Putz n°4)

Tudo isto me faz lembrar a afirmação de Bill Gates em 1982 que: “O mundo teria somente seis grandes computadores no futuro e que, uma família precisaria no máximo 700K de capacidade no seu computador”.

Os cientistas da época em que inventaram o automóvel afirmaram com veemência que “um homem viajando a 30 km/h seria esmagado pela massa de ar”.

Quem se lembra da Teoria da Geração Espontânea?

Que a Terra era plana?

Que o Sol girava em torno Terra, etc., etc.

Muito cuidado!

Não acreditem imediatamente em tudo o que os cientistas falam. Eles são assim mesmo e, alguns são movidos pelo ego.

Questione sempre. Reflitam antes de aceitar de pronto. É provável que eles estejam enganados.

Antes de aventurarem-se na senda da espiritualidade, eles nos devem uma explicação completa sobre o funcionamento do cérebro.

Senhores! Esqueçam os espíritos e deixem a religião cuidar disto por enquanto. Não dói nada e nem desmerecerá a capacidade científica atual. Ainda é cedo. Muito temos que percorrer.

Não resolvemos a fome no planeta e não erradicamos a miséria.

Não ceifamos de vez o preconceito racial.

Ainda não persuadimos os fundamentalistas sobre a liberdade religiosa.

Não acabamos com a ganância humana.

Não aprendemos a respeitar as mulheres, crianças e velhos.

Temos uma bola azul enorme para explorar e consertar. Temos que distribuir as riquezas de maneira mais justa.

Nem sequer conseguimos conquistar nossos oceanos!

A alma humana é tão grandiosa que não poderia em nenhuma hipótese estar dentro de um nano tubo de carbono. Poupe-nos, senhores!

A febre quântica não poderá explicar o espírito. Poupe-nos mais uma vez!

Hoje, quando saboreava um bom chocolate, de súbito veio na minha mente de onde poderia ter vindo aquela iguaria. Pela marca, descobri que vinha das plantações na Costa do Marfim, na África. Pesquisei o assunto e deparei-me, estarrecido, com rumores de que o cultivo utilizava mão de obra infantil em regime de quase escravidão. Parei de comer e fitei o horizonte num devaneio cheio de culpa. Lembrei-me que a roupa que vestia era oriunda de mão de obra quase escrava de bolivianos lá em São Paulo. A picanha que comi ontem foi produto de sofrimento de um animal... O leite que tomei no café da manhã era de gado confinado.

Estas são equações não resolvidas na existência humana.

O que fazer?

Por enquanto muito pouco.

Nem quero pensar mais nisso, pois estou muito ocupado em construir um chip fotônico para aumentar a velocidade do meu novo computador quântico...