CONTANDO HISTÓRIAS - OUTRA VOZ PERDIDA
É sem dúvida o Rei, pessoa de muitos amigos e parentes. Também sabe-se que o círculo social do Conselheiro quase Rei também não é menor, e ainda há que se contentar os aliados, pessoas poderosas e importantes, que usam seu poder afim se suprimir qualquer descontentamento.
Resultado disto tudo é um Castelo entupido de gente fingindo que trabalha. Afinal necessita o Rei empregar toda esta gente. A confusão é tamanha que sem saber quem faz o quê, acaba ninguém fazendo nada.
Uma pobre mulher entra nesta no Castelo. Necessita urgentemente que o rei lhe ouça. Seus filhos estão sem leite, seu esposo sem trabalho. Não há moedas a comprar o pão. Ela tenta mas não há ali nenhum cargo ou empregado do Rei que lhe ensine o caminho até sua sala, ou que lhe fale a história desta mulher.
Ela vai embora. De seu rosto escorre um foi de lágrima, e de sua boca lá se vai mais uma voz de lamento, perdida, tímida e murcha em meio às ruelas cheias de pessoas como ela.