Devorada pelo tempo

Em sua pele havia traços de uma vida inteira.

Pele flascida e quebradiça, que um dia foi aveludada.

Em cada pedaço do teu corpo, estava marcado um momento.

A idade avançou, o tempo lhe engoliu.

Aprendeu antes de partir, que o mundo é defeituoso e o ego é irrelevante.

Seu coração conheceu paixões memoráveis, mas amor, apenas um.

Amor este que lhe deu um casal de filhos, sadios e fortes, guerreiros, como aquele amor foi.

Vivenciou egressos, desigualdades e teve incontáveis frustrações.

Mas pôde afirmar que não existiu apenas, ela viveu com todo literato, com todas as letras e todas as emoções.

E seu grande dia chegou, dia este que passaria a viver seu romance em um paraíso distante do caos.

E como Hamlet, personagem da peça escrita por Shakespeare, disse à beira da morte:

O resto é silêncio.

Esther Barbosa
Enviado por Esther Barbosa em 02/12/2015
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