RECIFE ANTIGO - DECORAÇÃO DE NATAL
Ysolda Cabral
 
 

Minha filha nutre uma cisma, uma antipatia, uma completa rejeição ao bom prefeito da capital de Pernambuco, Geraldo Júlio, desde a campanha. Coisa mais inexplicável! Creio que isso vem de outras vidas, se elas realmente existiram. Ele até fez uma campanha séria e vem fazendo uma excelente gestão!

Considerando tudo isso foi que, de muito bom grado, aceitei o simpático convite do meu irmão, para juntarmos nossas famílias e irmos todos até o belo bairro do Recife Antigo, ver a decoração de Natal, no sábado à noite (ontem).

E lá fomos nós, por volta das 18 horas. Hora da Ave-Maria...  

Devo confessar que encontrei um pouco de resistência por aqui – já esperava! Mas, fiz valer minha autoridade de mãe e compromissos outros foram adiados.

Fiquei apenas em dúvida se levaria meus óculos de sol, pois, sabendo da característica generosa, farta e de bom gosto, do nosso Prefeito, com certeza o Recife Antigo estaria sob iluminação tão intensa, mas tão intensa que lá seria noite de sol a pino!

Bem, dia, dia mesmo, não estava, mas tinha uma ruazinha lá, a menorzinha de todas, com uma rede de luzes suspensa entre a árvore de Natal e a Manjedoura.

Confesso que fiquei meio atordoada, procurando entender a razão de tanta economia na decoração do Natal do Geraldo Júlio e, antes que eu conseguisse diluir tudo aquilo, eis que vejo, estarrecida, um caminhão tentar cruzar a rua sob a linda rede de luminárias natalinas!...

- Que motorista desalmado! Ele iria acabar com o pouquinho que nos foi concedido em decoração de  Natal, pelo bom prefeito!  - Que desmancha prazeres!

 - Mas, só se fosse por cima do meu cadáver!!!

Firme, forte e decidida, fui até o caminhão preso à rede, e, ao verificar que o motorista tentava desvencilhar o baú dos fios para poder passar, ceguei, e a raiva aumentou!...  
 
- O senhor enlouqueceu de vez?  Quer acabar com o pouco do nosso Natal?  Não tinha outra rua para o senhor levar esse monstrengo, não?!  -  e o desmancha prazeres, boquiaberto, só dizia: 
- 'Minha senhora, minha senhora! As ruas estão todas interditadas!
– Interditadas?! E aí o senhor entende de vir justo por esta aqui!

A essa alturas, o pouquinho de gente que circulava por ali, também meio desiludida com aquela bonita, mas parca decoração, se achegou a mim como apoio. (exceto minha família, naturalmente!)

O motorista, após muitos porquês e finalmentes,  resolveu voltar de ré para o lugar de onde veio, sumindo em seguida.

Salva a decoração, acalmados os ânimos; fomos às fotos.

No caminho da volta, até onde os nossos veículos haviam ficado estacionados, pensei, em voz alta, que, ao invés dos óculos de sol, deveria ter trazido uma baita de uma lanterna!.

Meu irmão disse que nunca mais me chamaria para ver decoração nenhuma.

- Que coisa!

 
 Praia de Candeias-PE
Se preparando para o Natal
Em 13.12.2015
Ysolda
www.fugindodocontexto.blogspot.com


COMENTÁRIO DO POETA  ODIR MILANEZ - OKLIMA
ME ROUBOU A CRÔNICA! RISOS 
 
O assunto deu aso ao Jornalista José Otávio, do Diário de Pernambuco , edição de hoje, Diz o editorialista que a família Cabral, Após a ultrapassagem do Marco Zero, fora saciar o apetite (indicação de Yauanna) na mais badalada pizzaria no Norte-Nodeste, em razão da fina e crocante massa. De saída, uma gigante, quatro queijos e mussarela A surpresa. Era para ser comida com as mãos. No máximo, luvas de plástico! O estouro da boiada! 0 timoneiro da turma, irmão da poeta Ysolda Cabral, ergue-se, imperiosamente, da cadeira, atirando-a ao chão, e lança o desafio de vida ou morte, a plenos pulmões : "Nem a pau, Juvenal! Não sou tatu ou macaco! Um talher, urgente, ou quebro, agora mesmo, essa espelunca! Corre, corre pra todo o lado. Enquanto três metres equilibravam na cabeça três faqueiros inox tinindo de novos, Yauanna, a boneca viva de Ysolda, se escafedia para o restaurante vizinho, voltando de lá com um temak de salmão, possivel de ser devorado entre os dedosMas a paz já se fizera. O grupo havia se harmonizado entre os mãos sujas, enluvados e talherentos. Para tanto debacles e debates calorosos, a gigante foi nanica. Pediram outra, dessa feita de não sei que, com não sei qual. Disse, depois, a poeta Ysolda, que a não sei que estava horrível! Somente aprovada por Yauanna (um temak e a metade de uma pizza gigante de não sei que!). Para dar um pouco de ternura ao passeio do grupo pelo Recife antigo, o chororô da criança única para a troca da "dalana" pela "tota-tola", e o pagamento da gorjeta "dois e um" pelos dois carros deixados numa viela próxima, após conciliabulo com o chefão da área, dês que o firme e forte irmão da poeta, àquela altura, já estava com carteira e bolsos no marco zero. Prometida nova vinda da família Cabral nesses próximos dias pre-natalinos, voltaremos ao assunto, que achei demais interessante!