Mulheres
 
Leitores, muito embora os homens digam que somos seres difíceis de entender, mulheres nos dividimos em dois grupos, as espertas e as trouxas. Já vi muita mulher bonita, inteligente e independente chorar por um homem que não valia o chão onde pisava. E também há o oposto, outro dia vi a notícia de uma cantora meio famosa que aos vinte e poucos anos se casou com um bicho feio de cinquenta. Em minha costumeira transparência fiz um comentário acerca do nubente, oh rapaz, pra que, me disseram logo "ele é feio mas tem dona", ao que eu respondi "felizmente, antes só do que mal-assombrada".
Mas havia outro detalhe no enlace nupcial que a maioria das pessoas considera relevante: o caboclo era rico. Muito rico. A partir daí os leitores podem desconfiar a que grupo pertence a jovem artista.E é de uma mulher desse grupo que esta crônica trata.

A Vanda, no tempo em que trabalhava como web designer, viajava muito a trabalho e onde ela chegava arrumava amizades. Em uma ida a Senador Pompeu ela conheceu três irmãs, sendo que a mais nova era fanha inclusive uma fina namoradeira, festeira, um perigo.

Quem se criou no interior sabe como é quando chega um rapaz de fora; algumas garotas ficam em alvoroço. Pode ser galego, aventureiro, o que for. São dele os olhares femininos.
Apois. Foi o caso. Certa noite um Chevette estacionou em frente à praçae desceu um cabra de fora. As conhecidas da Vanda olharam e voltaram a conversar mas a fanha ficou num frenesi, foi lá, veio cá, arrodeando a praça em busca de informações acerca do forasteiro. Daí a pouco ela chegou exultante, tinha conseguido o celular do rapaz, e contando que ele era assim assim, se chamava fulano e era de tal lugar. A irmã dela impacientou-se com tanta saliência e disse "mulher, tu tá nessa animação toda por causa dum bicho feio daquele?", ao que a fanha retrucou "é fei mas tem 'arro!"
Srta Vera
Enviado por Srta Vera em 14/12/2015
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