ENTÃO É NATAL

Então é natal, é, já estamos no final de dezembro, o comércio entupido de ´´grandes promoções`` do tipo deu a louca. Os shoppings, cada qual com o seu papai noel abraçando criancinhas e os anúncios de recebimento de cupons para concorrer a carros de luxo, que todo ano tem, que nunca vi e desconheço alguém que tenha ganho, então é natal, a festa cristã, como diz a música.

Já faz muito tempo que não acredito mais em papai noel, a idade também já não permite mais compartilhar dessas ilusões, mas desde criancinha, já não acreditava, para mim, aquele papai noel de shopping só existia lá, onde se tinha que comprar pagando muito caro, e geralmente, eu nunca tinha nada, passava-se um natal após o outro e eu nunca ganhava nada, ainda na infância, assim que me dei por gente, esse papo de ho ho ho dos homens barbudos de vermelho deixou de me convencer.

Sempre fui curioso no sentido de querer saber o porquê das coisas, da existência disso ou daquilo, pude então perceber que muita coisa não fazia sentido, eram apenas estorinhas inventadas para fazer as criancinhas dormirem e com o tempo, ganhavam vida na imaginação infantil, deve ter sido assim que surgiu essa figura tão emblemática, posso estar errado, o certo, é que sempre associei o papai noel como um dos contos da carochinha, tipo chapeuzinho vermelho, branca de neve, João e o pé de feijão e por aí vai. Também refletia naqueles instantes de completa lucidez infantil: ´´ se as estorinhas dizem que o papai noel desce pela chaminé, nem aqui e em nenhuma casa dessa cidade virá, nunca vi de verdade e nem sei como é essa tal de chaminé, deve ser mesmo mentira, como já ouvi dizer por aí.``

Através dos ensinamentos bíblicos, tenho a vaga impressão de que, se por acaso Jesus colocasse sua vestimenta de humano e viesse passar o natal conosco, teria outro mal estar daqueles, uma grande decepção e um acesso de raiva mais forte ainda, não aceitaria, nem suportaria que a essência do natal estivesse sendo distorcida e corrompida, destruiria toda forma de comércio natalino de dentro e em volta dos templos, não permitiria de forma alguma todo esse cenário excessivo de vendas e propagandas em volta do presépio.

A essência do natal se encontra na humildade e simplicidade de uma comemoração, pelo nascimento do menino jesus, os presentes até têm, foram trazidos pelos três reis magos que o visitaram numa estrebaria, dentro de uma manjedoura. Assim é, de fato, a real comemoração pelo natal, foi assim que tudo começou, não havia papai noel, nem renas, muito menos trenós, o que havia, acima de tudo, era a celebração pelo nascimento de um pobre menino, essa é a essência e assim deveria ser.

GILMAR SANTANA
Enviado por GILMAR SANTANA em 24/12/2015
Reeditado em 24/12/2015
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