Um dia, um dia

Chegou ainda cedo à praia. Levava o mínimo: um jogo de pesca, uma camiseta e algumas coisas para comer. Era véspera de Natal, e, por isso, tudo estava penosamente vazio. Naquela época do ano o Mar costumava estar alto e revoltoso. Ondas violentas chocavam-se constantemente, criando um cenário de liberdade natural.

Ele ainda andou aproximadamente dois quilômetros até o lugar onde havia atracado o seu pequeno barco. Arrumou todas as coisas na embarcação e começou a rumar para o alto Mar. Já passava das oito horas, quando ele armou todos os seus aparatos e começou a pescaria.

Logo o barco estava repleto de peixes o suficiente. Recolheu as coisas e ficou ainda por lá, pitando um cigarro e comendo algumas frutas.

Neste momento abriu a sua bolsa, e de lá retirou algumas velhas fotografias.

Eram imagens diversas, algumas comemorações, as quais chamamos estaticamente de reuniões familiares. Enterros, festas, encontros, tantas ocasiões casuais.

Passou um bom tempo ainda assim. Ora comia, ora via as fotos.

Voltou para a praia e colocou-se a assar alguns peixes.

O dia e a tarde transcorreram sem problemas.

Já pela noite, quando alguns fogos começaram a estourar no céu, comeu o resto dos peixes e arrumou as suas coisas.

No caminho, pela trilha pouco iluminada pelas luzes de uma Lua tímida e sonolenta, lembrou, sem muito entusiasmo, que já era Natal.

Continuou a andar, até alcançar a estrada principal.