Sem compromisso

Passei ao lado de um parque municipal onde crianças brincavam alegremente num balanço feito de corda e madeiras. Felizes eles estavam sem sequer perceber que ao longe um andarilho os observava. Senti um arrepio percorrer meu corpo, pois em momento algum pensei em algo bom.

Pouco mais de uma hora depois passei novamente pelo local e lá estava o andarilho todo feliz sendo empurrado pelas crianças no balanço. Eles empurravam forte e ele agitava as pernas no ar impulsionando para ir cada vez mais alto.

As crianças riam e falavam:

-Você estava querendo balançar? Agora vai ter que pedir água!

Ele fingia estar com medo. Então as crianças o balançavam bem alto e ele ria de forma ingênua, quase tão puro quanto as crianças... Não tinha compromissos, não tinha preocupações, nem contas para pagar, nem mesmo filhos para sustentar. Tinha todo o tempo do mundo para brincar.