Eu ia passando por uma rua do subúrbio quando ouvi uma música que tocava a todo volume. A música dizia “ Mandei minha mulher pro inferno, mas o diabo me devolveu”.
Meu Deus do céu! A mulher devia ser ruim mesmo já que nem o diabo a quis. Lembrei-me então de dona Serafina, mulher alta e corpulenta, que morava perto de minha casa, quando eu era adolescente. O marido dela, pequeno, quase um anão, lhe tinha verdadeiro pavor, mas não a deixava, talvez porque achasse que ninguém ia querer ficar com ele. Ela o punha de castigo, tirava-lhe a sobremesa e o colocava pra dormir no sofá da sala por qualquer coisa mal feita. Mas ele continuava firme e forte naquele casamento. Nunca entendi.
Um belo dia dona Serafina saiu para ir ao mercado e, quando voltou, encontrou o seu anão na cama dela com uma louraça de fazer inveja à Marilyn Monroe.
Ele apanhou que nem criança, mas foi embora com a loura. Desse dia em diante dona Serafina não parou mais de chorar. Não sei se por ciúme, por tristeza de não ter mais aquele ser que lhe obedecia ou se por amor frustrado mesmo.
Existem alguns casamentos que não se pode entender, mas o casamento é um contrato e, se a pessoa fica, é por algum motivo. Financeiro, amoroso, doentio ou psicológico. Algum motivo existe. Hoje em dia acho que o financeiro prevalece uma vez que fica caro ter duas casas, duas contas de luz, gás, telefone, IPTU, etc.
Nos casais mais jovens penso que é a falta de paciência para resolver os pequenos problemas da convivência do dia a dia. Qualquer rusga é motivo para separação. Nos casais mais antigos creio que é a dependência financeira mesmo. As mulheres de antigamente não trabalhavam e dependiam do homem que podia fazer mil coisas fora do contrato que elas aturavam. A mulher não sabia fazer nada que lhe rendesse o suficiente para sobreviver ou, pelo menos para viver no status a que estava acostumada. Preferia ficar, mesmo sendo humilhada.
O mundo mudou e quem não se adaptar a ele vai sofrer. Por isso o melhor é cada um ser independente do outro e só ficar junto se houver amor, compreensão e vontade de acertar.
edina bravo
Enviado por edina bravo em 28/01/2016
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