Assim como as pessoas, principalmente as mulheres, não gostam de ouvir: “você está mais gorda, não?”, elas também não gostam de ouvir: “nossa! Como você está magra! ”.
Um amigo meu, que não me via há uns vinte anos, me encontrou, por acaso, no metrô. Como havíamos tido um “affair” no passado , que aliás foi insatisfatório no que se refere ao desempenho sexual dele, ele parece ter reacendido aquela brasa que estava quase apagada e insistiu em sair comigo outra vez.
Eu estava sozinha naquele momento, acabei cedendo. Imaginei que se ele estava insistindo tanto em repetir aquele encontro devia ser porque já havia descoberto, com o avanço da medicina, as famosas pastilhas azuis.
Saímos e deu-se o segundo fracasso. Eu, que tenho o defeito de ser supersincera, lhe disse que da próxima vez eu ia trazer um vinho para brindar o nosso encontro e ele deveria trazer um viagra.
Ele se ofendeu e eu me arrependi de lhe dizer assim, na lata, o que eu pensava. Bem que eu poderia ter sido mais delicada.
Não quis mais saber de encontrá-lo, mas ele não se conformou e, tempos depois, me ligou (pra se vingar, é claro!) e me disse que estava muito preocupado comigo, porque eu estava muito magra. Em primeiro lugar estou dentro do padrão que a medicina considera perfeito. Em segundo, a antiga mulher dele deveria ser um saco de batatas e, fazendo a comparação, me achou magra.
Eu, que sempre tenho respostas imediatas, lhe disse: sabe qual é o problema, meu caro? Todas as mulheres me invejam e o peso dessa inveja acaba me fazendo mal. Mas não se preocupe, estou fazendo um trabalho espiritual para essa inveja não interferir na minha vida.
Ele ficou sem saber o que dizer.

Vai se catar, meu filho, vai catar coquinhos antes que eu me esqueça!

 
edina bravo
Enviado por edina bravo em 02/02/2016
Reeditado em 22/11/2016
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