Sozinha no Cinema
A fila estava vazia porque eu havia me atrasado, mas não havia feito ninguém esperar por mim. Minhas mãos estavam vazias quando tirei o ticket do meu bolso e entreguei ao atendente simpático no balcão. Fui em direção às escadas não temendo que pudesse ser melhor se minhas mãos estivessem atadas a outra. Entrei no portão escuro ao som do filme em que mal sabia a sinopse - que venham surpresas. Era quase meia noite quando me aconcheguei na poltrona do cinema que estava vazio e em pares, mas comigo em sintonia com a minha alma.
Para uma fã de todas as publicações de Nicholas Sparks e colecionadora de bilhetes de amor desenhados ao estilo rococó, é ainda compreensível que eu ande sozinha mas não solitária. Porque sobre o príncipe encantado eu o escrevo em um conto mas o meu futuro homem que está por aí em algum lugar, acrescentará palavras ao meu livro que está sendo preenchido por minhas mãos. E não será qualquer mão que me ajudará à escrever até a última página...