A Vereadora
Certo dia meu pai ia passando no corte lá do Bairro de Fátima quando encontrou-se com o Zé da Cunha e perguntou pela esposa dele, a Mariquinha. O Zé respondeu "ela tá bem, compadre, só meia tonta". O pai pensou que ela estava doente e desejou as melhoras mas o Zé disse "não, compadre, a tontura é porque ela rodou nas inleição!"
Quando o pai chegou em casa e contou essa história à mãe ela deu foi risada e contou o que de fato aconteceu.
A Mariquinha era professora do município, do tempo em que para lecionar bastava ter feito o magistério. Se bem que o ensino médio daquele tempo era muito melhor que essas faculdades particulares de hoje que só querem saber de dinheiro, muito mais fácil comprar um diploma na Feira da Parangaba. Um professor meu disse que hoje o cabra não pode ter um quintal maiorzinho que abre logo uma faculdade.
Apois. A Mariquinha ganhava bem pouquinho. O sonho dela, aliás o de toda mulher, era renovar o guarda-roupa. Andar pronta. Ficar bonita para si mesma e fazer inveja às inimigas. Então o que que a Mariquinha fez:
Não sei se ainda hoje é assim mas naquele tempo a pessoa que se filiasse a um partido e quisesse ser candidata a algum cargo em ano eleitoral recebia uma ajuda de custos para imprimir cartazes, panfletos, contratar uma banda para fazer "showmício". Com a Mariquinha não foi diferente, aliás eu desconfio que ela arquitetou esse plano com bastante antecedência. Pegou e candidatou-se a vereadora.
Quem mora em cidade do interior do Ceará sabe como funciona o processo eleitoral; só consegue se eleger quem é locutor de rádio, filhote de família sanguessuga, que são aquelas cujos membros são políticos desde os tataravós e foram acumulando riquezas à custa do povo besta e compram votos a cinquenta reais. E o Tasso Jereissati.
A Mariquinha, sabedora dessa regra, filiou-se ao partido com um ano de antecedência, assistiu às reuniões, lançou sua candidatura e gastou o dinheiro que recebeu para a sua campanha eleitoral todo em roupa. Ficou nos trinques. Descia no rumo da rua cheirando a Giovanna Baby, muito maquiada, toda nos panos. Ora mais. Certíssima.
Quando o pai chegou em casa e contou essa história à mãe ela deu foi risada e contou o que de fato aconteceu.
A Mariquinha era professora do município, do tempo em que para lecionar bastava ter feito o magistério. Se bem que o ensino médio daquele tempo era muito melhor que essas faculdades particulares de hoje que só querem saber de dinheiro, muito mais fácil comprar um diploma na Feira da Parangaba. Um professor meu disse que hoje o cabra não pode ter um quintal maiorzinho que abre logo uma faculdade.
Apois. A Mariquinha ganhava bem pouquinho. O sonho dela, aliás o de toda mulher, era renovar o guarda-roupa. Andar pronta. Ficar bonita para si mesma e fazer inveja às inimigas. Então o que que a Mariquinha fez:
Não sei se ainda hoje é assim mas naquele tempo a pessoa que se filiasse a um partido e quisesse ser candidata a algum cargo em ano eleitoral recebia uma ajuda de custos para imprimir cartazes, panfletos, contratar uma banda para fazer "showmício". Com a Mariquinha não foi diferente, aliás eu desconfio que ela arquitetou esse plano com bastante antecedência. Pegou e candidatou-se a vereadora.
Quem mora em cidade do interior do Ceará sabe como funciona o processo eleitoral; só consegue se eleger quem é locutor de rádio, filhote de família sanguessuga, que são aquelas cujos membros são políticos desde os tataravós e foram acumulando riquezas à custa do povo besta e compram votos a cinquenta reais. E o Tasso Jereissati.
A Mariquinha, sabedora dessa regra, filiou-se ao partido com um ano de antecedência, assistiu às reuniões, lançou sua candidatura e gastou o dinheiro que recebeu para a sua campanha eleitoral todo em roupa. Ficou nos trinques. Descia no rumo da rua cheirando a Giovanna Baby, muito maquiada, toda nos panos. Ora mais. Certíssima.