Copiar/colar
 
Gosto de comentar no espaço destinado aos textos de que gostei. Quando o faço, houve uma razão: ter gostado, muitas vezes do tema, outras do ritmo. Não me deteria em explicações mais técnicas porque não as tenho. Há poemas que tocam fundo; que emocionam. Há os que me identifico; os que são obras primas muito, muito, acima de minha capacidade de análise, mas (sendo generoso comigo), pelo menos isso consigo perceber. Evidentemente que receber comentários elogiosos além de ser um incentivo à inspiração portanto, positivo e de quebra um afago no ego, é uma forma de reconhecimento a um talento previamente considerado pelo próprio autor, do contrário, numa síndrome de modéstia, ele nem publicaria os seus textos. Porém, não sei se por excesso de zelo, sinceridade ou algo assim, não me ocorre comentar a poemas que de nenhuma forma tenha me sensibilizado (o que não o invalida como trabalho (quem sou eu?). No mínimo sinto vontade de um incentivo para isso, claro, por ter encontrado um pequeno motivo que seja. Porém não o faço esperando que alguém não haja da mesma forma. Às vezes tenho a sensação de que algumas pessoas têm comentários previamente prontos num arquivo e lançam mão de um dos modelos para “copiar/colar” nos comentários que fazem, como se fossem cartas de mala direta, com personalização discreta. Os objetivos me parecem ser a futura retribuição da visita. Uma espécie de propaganda num desiquilibrado toma lá dá cá, já que de minha parte, ao retribuir e fazer comentário ele é sempre a sério e com o máximo de respeito. Engraçado é que muitos desses escritores são talentosos, brilhantes até! Bem, confesso que é constrangedor abordar esse assunto. Eu também tenho minha dose de vaidade, também gostaria de ser lido (apesar da mediocridade), e reconheço sentir algo quando ela é afetada. Por esse motivo tento não me expor contando com cumplicidades tácitas.
Que lástima esse tema!