O mal do mundo não são os trouxas

O mal do mundo não são os que se importam, os que pedem perdão sinceramente, os que deixam o orgulho de lado e se jogam com tudo sem reservas. Esses definitivamente não são os errados desse mundo. É por causa deles que as coisas ainda não se perderam por completo. É por causa dos que choram quando tem seus corações partidos que ainda é possível acreditar em novos começos.

É pelos que se arriscam num novo amor mesmo quando as tentativas anteriores foram catastróficas. É pelos que mergulham com tudo que os suspiros ainda são tão belos. Sim é por eles, não por vocês que se trancam, se fecham e querem minimizar tudo a um jogo onde ganha aquele que faz prevalecer suas regras, suas ordens, uma falsa superioridade usada como uma calda de pavão.

É pelos munidos de cara e coragem que arriscam uma mensagem sincera de saudade que ainda existem músicas de amor. É pelos que bebem muitas vezes além da conta para afogar as mágoas e percebem seu total fracasso quando só conseguem pensar mais e mais que ainda faz sentido um bar com música ao vivo que aceita pedidos.

É pelos que escrevem cartas de amor melosas e poemas ridículos, não por essa gente que tenta a todo custo expor suas conquistas e uma imensa lista de mensagens visualizadas e não respondidas. É por aqueles que não querem ser grosseiros e se sentem culpados quando o fazem, mesmo depois de serem ignorados e mal tratados.

É pelos que acreditam que nem todo mundo é igual e que todo novo começo será diferente, mesmo que durante toda a vida tenha percebido o contrário. É pelos que fazem merda e fazem papel de trouxa. É por eles, eles que ainda acreditam que dá pra ser feliz sem prazo de validade, eles que acreditam que não é porque não vai ser eterno que não se pode viver o agora. É por eles, ou melhor, por nós.