O ano letivo começou sem merenda escolar.
 
Cheguei bastante empolgado, sonhando mil e uma ofertas no cardápio, faminto senti a emoção crescendo, logo querendo provar uma deliciosa macarronada ou a incrível feijoada que minha amiga Júlia faz, deixando a galera lambendo os beiços.
Comecei a suspirar quando recordei a sobremesa, a goiabada que só a querida Júlia sabe oferecer.
 
Na cantina surgi rindo, repetindo “macarronada, feijoada, goiabada!”.
Saí chorando nos braços de algumas estudantes, pois não tinha nada.
 
Amo ensinar, mas confesso que prefiro comer.
Afinal de contas, preciso ficar fortinho, nutrindo minha gostosura.
Meu estômago não perdoa a verdade triste, se a infelicidade insiste ele lamenta demais a enorme crueldade que existe.

 
Indagaram se o substantivo fome era abstrato.
Admitindo a fome a qual me dominava, confirmar que é abstrato soou meio imbecil, porém, contendo o pensamento talvez ousado, um pouco equivocado, muito retardado, balancei a cabeça.
 
Na mente apenas a macarronada, feijoada, goiabada.
Ah! A cebolinha bem picada, carne defumada, salada.
Nada!

 
Um abraço!
Ilmar
Enviado por Ilmar em 24/02/2016
Reeditado em 24/02/2016
Código do texto: T5553382
Classificação de conteúdo: seguro