O Álbum de Figurinhas
Leitores, não sei vocês mas eu, quando era pequena, adorava álbum de figurinhas. Nossa, era a febre dos anos 80. Tinha da Seleção para os meninos, dos Menudos e da "Amar é" para as mocinhas e da She-ha para as meninas.
Os nossos também serviam para colorir, como essa moda ridícula de livros para colorir que inventaram agora. Mas no nosso caso era porque os fabricantes sabiam que crianças pobres não teriam dinheiro vadio para gastar com figurinhas, ora mais, até a Xuxa, nossa rainha, dizia as cores da roupa dela para as crianças que estavam-na assistindo em preto e branco na televizinha. Ela falava para as crianças que só tinham merendado café com pão (sem manteiga) para não ficarem tristes e agradecerem a Deus por termos o papai e a mamãe. Essa é a nossa Xuxa. Quem não viveu aquele tempo nunca vai entender por que nós a amamos. Eu inclusive chorei quando ela foi embora para a Argentina.
Apois. Os álbuns de figurinhas.
Quando o pai tinha umas moedinhas sobrando nós comprávamos figurinhas mas o Cão é tão sujo que eu sempre comprava envelopinhos de repetidas e, como nunca fui sociável, eu não tinha com quem trocar. Era uma tristeza. Nunca cheguei a completar nem duas páginas de um álbum. Mas um amigo de um amigo meu conseguiu. Foi um sucesso no interior deles, o moleque mostrava orgulhoso. O álbum completinho, só esperando que os galegos aparecessem para trocar o álbum completo pelo prêmio, no caso uma televisão.
Pois não é que um belo dia os homens apareceram! Quando a Belina estacionou com um monte de panelas, espreguiçadeiras, tábuas de passar roupa e, é claro, álbuns de figurinhas, a criançada correu pra cima: "o fulano conseguiu! completou o álbum!", e abriram caminho para a celebridade" passar, só de calção, magro, marcas de boqueira nos cantos da boca. Um típico menino do Sertão ostentando o seu ábum.
Oh, rapaz. Pra que. Os galegos olharam assim, pegaram o álbum, conferiram, espiaram o moleque e perguntaram que prêmio ele tinha escolhido. A televisão, obviamente.
Os malandros confabularam e disseram "tá bom, a gente vai ali no carro buscar a sua televisão."
Daonde! Entraram na Belina e saíram cantando pneu, a molecada boquiaberta, sem entender o golpe. Os bichinhos. O dono do álbum, tadinho, ficou sem mel nem cumbuca. É muita maldade.
Os nossos também serviam para colorir, como essa moda ridícula de livros para colorir que inventaram agora. Mas no nosso caso era porque os fabricantes sabiam que crianças pobres não teriam dinheiro vadio para gastar com figurinhas, ora mais, até a Xuxa, nossa rainha, dizia as cores da roupa dela para as crianças que estavam-na assistindo em preto e branco na televizinha. Ela falava para as crianças que só tinham merendado café com pão (sem manteiga) para não ficarem tristes e agradecerem a Deus por termos o papai e a mamãe. Essa é a nossa Xuxa. Quem não viveu aquele tempo nunca vai entender por que nós a amamos. Eu inclusive chorei quando ela foi embora para a Argentina.
Apois. Os álbuns de figurinhas.
Quando o pai tinha umas moedinhas sobrando nós comprávamos figurinhas mas o Cão é tão sujo que eu sempre comprava envelopinhos de repetidas e, como nunca fui sociável, eu não tinha com quem trocar. Era uma tristeza. Nunca cheguei a completar nem duas páginas de um álbum. Mas um amigo de um amigo meu conseguiu. Foi um sucesso no interior deles, o moleque mostrava orgulhoso. O álbum completinho, só esperando que os galegos aparecessem para trocar o álbum completo pelo prêmio, no caso uma televisão.
Pois não é que um belo dia os homens apareceram! Quando a Belina estacionou com um monte de panelas, espreguiçadeiras, tábuas de passar roupa e, é claro, álbuns de figurinhas, a criançada correu pra cima: "o fulano conseguiu! completou o álbum!", e abriram caminho para a celebridade" passar, só de calção, magro, marcas de boqueira nos cantos da boca. Um típico menino do Sertão ostentando o seu ábum.
Oh, rapaz. Pra que. Os galegos olharam assim, pegaram o álbum, conferiram, espiaram o moleque e perguntaram que prêmio ele tinha escolhido. A televisão, obviamente.
Os malandros confabularam e disseram "tá bom, a gente vai ali no carro buscar a sua televisão."
Daonde! Entraram na Belina e saíram cantando pneu, a molecada boquiaberta, sem entender o golpe. Os bichinhos. O dono do álbum, tadinho, ficou sem mel nem cumbuca. É muita maldade.