Quando um poeta morre?

A nova geração de jovens mostrou o quanto o romantismo com a vida acabou. Não há mais a crença em bons modos e os atos do bem foram substituídos por algo mais relativo para além do maniqueísmo defendido pelo modo de viver antigo. E os poetas? Eles morrem porque não há mais a possibilidade de encantar nossa realidade tão objetiva e desacreditada.

Os maiores elogios a uma mulher são “linda”, “maravilhosa”, ou qualquer outra forma de expressão monossilábica lançada, geralmente, em redes sociais. Antes havia um maior cuidado de nós homens. Pensávamos em que ponto da personalidade feminina desejada iríamos falar. Também a concorrência era mais gabaritada e mais difícil.

Pelo lado delas a coisa mudou da mesma forma. Hoje o feminismo foi dizimado nos dizeres “meu corpo, minhas regras”, mas, como bem visto por aí, crescem o número de jovens expondo o próprio corpo. Assim como a procura por academia pelas mulheres, de forma massiva, compete com os momentos em que elas deveriam pensar sobre o que aquela frase “elogiosa”, que recebeu, quis dizer.

Em suma, tudo tornou-se rápido e instantâneo e o eterno foi jogado para os livros de romance. Todo tipo de relacionamento reduziu-se a conheça, decepcione e largue, quando a rota clássica das coisas era conheça, espere um pouco, conheça, decepcione, porque se decepcionou?, há como consertar?, não?, desapegue, tem?, continue, etc... Ou seja, era um processo que levava tempo e muito mais enriquecedor de ambas as partes. Não procuro aqui ser moralizante no meu discurso, mas a cada dia uma certeza aparece de forma assombrosa para quem reflete sobre o comportamento da sociedade nos relacionamentos. Quem não se “atualiza” fica de lado, enquanto a morte de uma das características principais da forma poética de ver a vida se perdeu na “preguiça de pensar” das últimas décadas.

obs.: Infelizmente não há a opção de formatação. O texto original segue bem melhor com parágrafos.

Rômulo Souza
Enviado por Rômulo Souza em 28/02/2016
Código do texto: T5557726
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