A ocorrência simples permitiu refletir.
 
A taxista chegou atrasada, eu estava cansadão.
A aula exigiu que eu falasse o tempo todo, procurando interagir, motivar, enfim, após a conclusão, somando o ritmo dos dois trabalhos, o corpo só pedia descanso.
_ Ilmar, posso pegar uma cliente perto daqui? Se eu não pegá-la agora, ela vai solicitar outro táxi, vou perder essa corrida.
Confesso que estranhei o pedido, porém não enxerguei um problema.
Sou o tipo de cara o qual pode ser considerado bonzinho, sem dúvida a taxista merece, topei.
_ Ela sofre de depressão, Ilmar. É uma pena, pois é bem nova.
 
Seguimos até o local, de repente a jovem depressiva surgiu, ela entrou, avançamos até o condomínio no qual ela ficaria.
O cansaço tirou o desejo de papear, a taxista tentou compensar jogando conversa fora, talvez imaginando que eu não estava curtindo a viagem.
Cerca de quinze minutos depois a “menina” desceu.
Não fiquei chateado, mas claro que não amei a situação.
Eu fiz uma concessão bacana dedicada a Ana (a taxista).
 
Por que estou contando esse fato?
Vocês certamente estão indagando:
_ E daí, Ilmar? 
Eu penso que faltou algo.
Não escutei a garota dizer: _ Obrigado, moço!
Caramba! Ela vivenciou os prazeres de uma corrida minha.
Se não significou o fim do mundo aceitar sua presença, os bons modos os quais aprendi, quando era criança pequena em Barbacena, indicam que ela precisava agradecer.
 
Teria sido a cena, o fato, o resultado da depressão?
Não! Faltou apenas um ato civilizado de educação.
 
Um abraço!
Ilmar
Enviado por Ilmar em 02/03/2016
Reeditado em 02/03/2016
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