Black or White

Anos atrás eu me encontrava na Rua Vinte e Cinco de Março (São Paulo) fazendo minhas compras. Do outro lado da rua uma senhora começou a gritar por socorro, pois um homem a engravatou arrancou de sua mão o celular e de sua bolsa grande apanhou sua carteira de dinheiro e ela de olhos fechados continuava a gritar por socorro.

Dois policiais que passavam por ali chegaram correndo, agarraram um negro de cabelos rastafári que se encontrava abaixado arrumando suas compras numa bolsa. Apertaram seu corpo contra o chão e o algemaram. Para sua sorte aquela senhora abre os olhos e começa a gritar com os policiais: não foi esse homem não! Solta ele! Olha lá, foi aquele branquelo de camisa vermelha que está ali do outro lado da rua fazendo de “égua”.

Os policiais tiraram as algemas do homem negro e saíram correndo atrás do branquelo. Nós os transeuntes que nos agrupamos próximo ao homem negro perguntamos a ele se ele iria fazer um “BO” contra esses policiais? Não! Eu preciso é alfabetizar esses policiais! Sou professor! Nós! Mas eles são racistas! Não! Eles são na realidade analfabetos! E deve não haver negros em suas famílias.

Eu que também sou negro jamais esquecerei essa nobre lição. “É melhor compreender do que ser compreendido”. E até quando teremos que lutar contra essa força bruta desse hábito?