Sensibilidade

Que vida mais insossa! Levanta cedo todo dia, faz a caminhada habitual, vez ou outra faz um pouco de exercício na praça. Volta. E faz tudo igual como todos os dias numa monotonia angustiante. É interessante notar que, o ambiente é exatamente o mesmo em que antes tudo tinha vida, onde as caminhadas da manhã eram cheias de céus inspiradores, luas poéticas, invernos cinzentos mas inspiradores e verões coloridos recheados de sensações que se transformavam em poéticos sentimentos derramados em textos carregados de sensibilidade. E, por falar em sensibilidade, onde está ela? O que será que houve que levou-a, tirando a possibilidade de viver com todos os sentimentos aflorados? Sem ela, o céu é simplesmente um céu... sabe-se lá de que cor... As manhãs são apenas dias que vão se acumulando um após outro, como se fora um produto qualquer numa linha de produção industrial. As árvores, os coqueiros, são apenas coisas invisíveis pelo caminho percorrido e não visto. O vento não provoca emoções e os pássaros cantam sem significado. O frio o calor, a estação do ano nada tem sentido para o momento em que uma alma perde a sensibilidade e vive como se estivesse anestesiada.