Eu escolho você mais de uma vez

Destino, eu sempre soube, é uma desculpa idiota para os preguiçosos que esperam as coisas acontecerem em vez de fazê-las acontecerem. As escolhas é que existem. Algumas delas a gente deseja nunca ter feito, mas, outras, as especiais, a gente faria de novo. E isso não tem só a ver com as escolhas que nos fazem vitoriosos e satisfeitos, mas também com as que, apesar das consequências por vezes ruins, sobretudo, valem a pena.

Uma ou duas vezes por semana a gente briga, você me liga e eu não atendo, eu peço desculpa e você não me perdoa, você me tira a coberta e eu te tiro o travesseiro, eu te chamo para ir ao teatro e você não aceita, você me convida para um café e eu vou para o bar, eu respondo a sua mensagem e você ignora, você me pede para ficar e eu tenho que ir, eu te puxo pelo braço e você me puxa pelo cabelo, você me deixa de mal humor e eu te deixo fora do controle, eu te abraço e você me beija, e me despe, e me amortece, e me enlouquece.

Você é o pior destino que me aconteceu e o melhor acaso. Você é, e sabe disso, a escolha mais teimosa da minha vida. A que insiste em permanecer e a que eu não quero mudar. Eu escolho você por todos os perrengues que passamos e por todos os dramas que encenamos. E eu escolho você mais de uma vez. Eu escolho você todas as vezes.