Ninguém segura pelo talo uma rosa morta

Ah, se tem uma coisa que eu gosto de fazer é amar!

Amar não causa ruga, não engorda, faz bem para a alma e a mente.

Ah, mas amar não é fácil, digo que amar é uma construção constante.

Reforço meu amor lembrando do porquê eu amo, mesmo me esquecendo que não há porquês no amor.

Amar é saber que em tudo que se ama há uma parte ruim de se amar, é como amar as rosas e odiar os seus espinhos.

Como é ruim amar aos defeitos, ou o que achamos que são defeitos.

Você não pode amar e odiar alguém, porque o que você odeia não é a pessoa, mas o espinho que incomoda você...

Amar é um processo doloroso, amar não é fácil!

É mais fácil listar as coisas que eu penso odiar, por que os espinhos são mais lembrados do que as rosas pois incomodam a carne e a dor é egoísta, a dor não te faz pensar no outro, porque dói em você e em apenas você. Você já viu as rosas se queixarem de seus próprios espinhos?

E é de amor mútuo que estou falando, amor com a sua reciprocidade, aquele de engolir sapos, de fingir de surdo, de ficar mudo.

O amor ele transcende a carnalidade e é por isso que só é amor quando seguramos a rosa em seu talo. E vamos segurando a dor, às vezes irritado, às vezes dolorido, mas a cor, o brilho e cheiro da rosa valem o esforço, pois ninguém segura o talo de uma rosa morta.

Eu reclamo dos espinhos todos os dias, eu sinto a dor dos espinhos todos os dias, mas me mantenho firme, pois eu amo.

Pois como diz em O Pequeno Príncipe de Antoine Saint-Exupéry: "Só se podes exigir de alguém aquilo que pode dar."