Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores

Joguei as rosas pela janela para não vê-las murchar. A quem quero enganar? Morrerão... Eu estando por perto ou não.

Assusta-me o fato das declarações de amor serem feitas com algo de fim tão frágil como uma flor. Promessas de vida às custas da morte. Definham dia após dia, como a maioria dos amores, até serem beijadas pela inexistência.

Creio, pois, que o amor deveria ser celebrado com sementes que, mesmo enterradas, crescem, florescem e ressurgem.

Mas as flores sempre estão lá: Nos casamentos, nos presentes de apaixonados, nos "feliz aniversário" e até implícitas num eu te amo tão frágil quanto elas.

Estão presentes também nos caixões, espalhadas pelos funerais, plantadas nos cemitérios, junto com a angústia de quem não soube celebrar a vida e agora presenteia uma alma partida com aquela metáfora para destruição.

Talvez alguns amores, nos dias de hoje, venham de fato se tornando apenas uma patologia necessária a mentes doentes...

Gabi Lima
Enviado por Gabi Lima em 30/04/2016
Reeditado em 30/04/2016
Código do texto: T5620766
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