Naquela estação - inacabada

Naquela estação, o trem desembarcou uma passageira em especial, desceu sozinha, não foi notada, suas mãos suavam frias e as pernas cambaleantes. Olhou para o saguão principal e pode notar a presença daquele que um dia amou e partiu levando consigo a saudade.

Há exatamente 30 anos, partia deixando alegrias, ilusões e saudades. No caminho reviu tudo, velhos costumes e antigas amizades. Mesmo não vendo possibilidades, tentou reviver o passado, aquela criança alegre, hoje vive triste e não consegue prosseguir tranquilamente na vida.

Retornou àquela velha casinha de palha, a bica no fundo do quintal, onde viveu toda sua infância e juventude. Um bule de café ainda estava no canto do fogão à lenha, o portão ainda quebrado demonstrava a fragilidade da casinha. Debaixo da velha paineira o carro de boi já surrado pelo tempo e ao lado um banquinho onde sentavam todo para um entardecer maravilhoso.

Uma lágrima desceu de teu rosto sofrido e melancólico, não conseguiu segurar o choro convulsivo e lembrou-se dos teus pais, irmãos e amigos todos fazendo aquele barulho delicioso.

Quando se retirou do convívio de todos aqueles que amavam, levou consigo muita tristeza no coração...

Goianésia, 07 de maio de 2016

Aureliano Peixoto
Enviado por Aureliano Peixoto em 07/05/2016
Reeditado em 29/08/2016
Código do texto: T5628630
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