Mudança à vista

Que mundo!

Tudo tão difícil. Tudo tão complicado. Sob o olhar dele...

Caótico? Que ótica!

Tinha que ser assim? Não poderia ser "assado"?

Sobravam dúvidas.

Faltavam respostas.

Injusto! Achava.

Mas justo?! Indagava.

Desassossego. Que desespero!

Era pra tanto?

E era tanto?

Talvez somatizasse. Como se usasse uma lente de aumento. A todo momento. Em tudo.

Nada era tudo.

Tudo era nada.

Nada além de um fato. Inegável:

Uma bagunça generalizada, adentro.

Afora, uma placa resumiria seus sentimentos:

"Desculpe o transtorno, estou em construção".

Uma razão no peito. Um coração na cabeça.

Emoção. Confusão. Frustração.

Inerente. Pertinente. Impotente.

Parecia um peso. Ou decerto fosse pesado.

Foi quando agiu e o tempo passou... Aliviou.

E quando tudo parecia perdido e insuportável, leve ficou.

O que mais lhe apetecia já não era razão para insatisfação.

Algo, definitivamente, estava diferente.

Seria o sábio tempo a razão da transformação?

Não. Ainda não era bem isso.

E seguindo sua percepção, notara que algumas coisas perderam forças.

As questões que lhe roubaram a paz já eram ínfimas.

Ficaram pequenas, ou do tamanho que realmente eram.

E o que estava a sua volta modificou-se.

Entretanto pra muitos o mundo não havia mudado.

Afinal de contas o que mudou então?

Ele. (A mudança interna apurou o seu olhar, alterando sua visão de mundo para sempre.)

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