Fosfoetanolamina, uma luz proibida.

A quem é dado o poder de conceder um ultimo raio de luz à vida de alguém? A resignação humana através dos tempos afirmaria em uníssono, é Deus.

Mas o realismo do viver tem tantas nuances nos momentos de sofrimento que se faz imperioso a vontade humana de além de prolongar a vida, estancar o sofrimento causado pela dor física e psicológica, jamais se esquecerá a figura onipresente de Deus, mas a urgência que nos causa comoção às vezes não tem ânimo para esperar a divina providência.

Há que se buscar no infinito das possibilidades a sobrevivência para quem amamos, e assim fazemos a despeito do que possam deduzir a respeito da metodologia que empregamos, das armas que utilizaremos do amor envidado na busca do objetivo.

Apesar da imortalidade de tão mesquinho inimigo, que é o câncer, a humana medicina tem tido poucos avanços, e quando surge uma arma específica, há uma espécie de indisposição das autoridades para sua legalização, alegam falta de estudos a respeito e outros impedimentos... Mas, apesar da luta inglória contra tudo e todos, as famílias dos doentes tem amenizado a dor que generaliza na família, com esta arma "ilegal" a Fosfoetanolamina Sintética.

Na minha ótica simplória, a ilegalidade está em condenar vítimas do câncer ao sofrimento, isto é desumano, como é desumano proibir os parentes de buscar este bálsamo que livra doentes da dor.

Faço um paralelo com os encarcerados do Gueto de Varsóvia, condenados a morte por inanição pelos nazistas, e que quando algumas crianças conseguiam sair para contrabandear comida para dentro do gueto, se pegas, eram obrigadas a devolver o que estavam trazendo, e em seguidas mortas, os nazistas agiam assim porque o objetivo era que todos morressem de fome e não tivessem um dia a mais de sobrevivência sequer...

Condenados lá por serem judeus, aqui por estarem doentes de câncer...

Assim os parentes dos doentes de câncer, morrem um pouco a cada dia, proibidos de possuir talvez não a salvação para o mal, mas o bálsamo para amenizar a dor de alguém porque, as circunstâncias burocráticas condenaram a morte...

Edilson Souza

Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 24/05/2016
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