You lose - game over

“You lose – game over” essa é a primeira coisa que me vem à mente quando se trata de jogos. Na maioria das vezes saio como perdedor, é incrível. E quando acho que estou no caminho da vitória, acontece de tomar um gol aos 45 minutos do segundo tempo, e o final todos já sabem. Só derrota, jogar definitivamente não é o meu forte.

Vejo tantas pessoas encarando relacionamentos e conquistas como se fossem grandes jogos, agindo “estrategicamente” para alcançar seus objetivos, se é que podem ser chamados assim. Ah, nesse game me sinto tipo a seleção brasileira na última copa, no jogo contra a Alemanha. É cada 7 a 1 que a vida me dá que não sei se choro ou se dou risada – normalmente, dou risada feito um retardado mesmo.

É claro que conheço esse jogo, eu acho, mas isso não significa que sei jogar. Muito pelo contrário, não sei e nem quero aprender. As “jogadas estratégicas” não me agradam muito, tipo, não vejo sentido em ter que ignorar alguém para que ela se interesse por mim, não é assim. Eu me interesso e demonstro sim, respondo as mensagens o mais rápido que posso, puxo assunto e prefiro mil vezes segurar a mão de alguém do que ficar por horas no celular, evitando contato. Quando quero, eu quero e pronto, sem frescura.

O lance de “pega e não se apega” comigo não funciona muito bem e é por isso que me vem em mente a frase “you lose”, porque é a real, eu perco! Perco porque vejo que na maioria das vezes tudo não passa de um joguinho para o outro lado, com ações pensadas e calculadas, com restrições e filtros bem definidos para evitar danos. Não fico criando filtros e nem me restringindo, muito menos pensando em como agir para evitar algo.

Não vejo sentido em limitar as demonstrações de afeto para mostrar interesse. Claro, demonstrações que sejam verdadeiras e espontâneas. Na perspectiva do jogo, sempre saio como perdedor. Mas isso não é algo ruim, pois vejo cada vez mais pessoas obcecadas por esse jogo do amor, batendo cabeça passando de um relacionamento para outro, se tornando mais medrosas e rasas por causa dessa fissura, por esse vício. Não quero isso pra mim.

Quero continuar sendo perdedor, se isso significa demonstrar o que sinto sem agir estrategicamente para satisfazer prazeres rasos e momentâneos. Continuarei perdedor, pois não costumo e nem vou me limitar com visitas rápidas na madrugada. Vou atrás da presença diária, dos sorrisos contínuos e da vivência de momentos raros.

Caio Barros
Enviado por Caio Barros em 25/05/2016
Código do texto: T5646807
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