Memórias #2: São tubarões, mas não são de verdade

Estava chovendo e nosso tio acabara de nos dar dois peixes daqueles que ficam grudados nos vidros de aquários. Ele trouxe n’um balde e então eles grudaram no balde. Em nossa casa tínhamos uma árvore e nosso sonho era ter uma casa na árvore: vimos muitos filmes com casa em árvores; um dia eu terei. E nessa árvore nós sempre trepávamos, porém quando chovia ninguém ficava perto dela. Nossa mãe nos ensinou que sempre que está chovendo, um raio certamente cairá na árvore em que estivermos próximos, porém éramos aventureiros.

O que fizemos? Jogamos o balde com os peixes n’uma grande poça de água que tinha por perto e eles se transformaram em tubarões, pelo menos na minha cabeça. Só tínhamos um jeito de escapar dos tubarões e era correndo pela água em direção à árvore. Meu irmão perverso não seguiu para a árvore comigo, mas foi para a parte sem poça. Eu gritei por ajuda e ele ficou rindo. Na época eu achei isso muito chato, mas agora... juro que estou rindo da situação.

Eu tinha duas opções: Ficava na árvore e morria com um raio que tinha 100% de certeza que cairia pelo fato d’eu estar lá ou enfrentava os tubarões, fugia deles e batia no meu irmão. E a sequência foi essa (leia rápido para dar mais emoção): Desci da árvore, corri por entre os tubarões, cheguei na parte seca, bati no meu irmão, ele me bateu de volta, começo a chorar, fim.

Krabat
Enviado por Krabat em 30/05/2016
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