Dias mágicos

Ainda me lembro das tardes em que eu jogava bola com os meus amigos. Eram dias mágicos. Nós não tínhamos com o que se preocupar. Quando chegávamos em casa, nossas mães nos serviam um delicioso arroz soltinho com carne de frango. Além de jogar bola, eu soltava pipa, brincava de pique - esconde e de amarelinha com os meus primos. Mas o tempo foi passando e com ele, nossa inocência também se foi. Hoje, só fico pensando em tudo isso na minha velha cadeira de balanço que se encontra na área da minha casa.

Moro sozinho, mas tenho filhos criados. Minha companheira de longa data me deixou no verão passado. Não a culpo. Todos nós precisamos ir embora um dia. Só não sabemos quando será o momento. Além de filhos, tenho netos. Gosto quando eles me visitam. Triste seria se isso não acontecesse. Tenho amigos que tem filhos que não se importam nem de ir a casa deles.

Quando meus netos vêm aqui em casa, faço questão de falar a eles como eram as brincadeiras e brinquedos no meu tempo. Quero que eles aprendam a se divertir sem estar na frente de um computador ou celular. Não gosto e nem me envolvo muito com as novas tecnologias. São até criativas, mas não gosto como elas iludem as pessoas.

As tecnologias iludem as pessoas, porque estas pensam que conversar por um celular ou computador estarão sendo mais sociais. Não concordo com isso. Prefiro conversa cara a cara e olho no olho. Nada melhor que um conversa dessa com os amigos do futebol e acompanhada de uma cervejinha. E não adianta as pessoas me dizerem que sou um anti-social ou careta. Eu vou ficar com essa ideia até me despedir dessa terra.

Meus dois filhos também não gostam muito de tecnologias. E se sentem um pouco excluídos da sociedade. É difícil lidar com uma sociedade alienada! Mas não quero isso para a minha família. Podem usar tecnologia, mas com moderação. Outro dia mesmo enquanto eu esperava o ônibus, várias pessoas mexiam no celular e eu as observava. Pareciam meros robôs sendo manipulados por um celular. Nem se davam conta de como estava à cor do céu. E nem olhavam o seu próximo.

É... Eu ainda vou continuar por aqui sendo eu mesmo. Não posso voltar a viver os dias mágicos que passei na minha infância. Mas posso trazê-los para o dia-a-dia das minhas próximas gerações. E isso eu sei que vou conseguir por um bom tempo.

Janaina Caixeta
Enviado por Janaina Caixeta em 02/06/2016
Reeditado em 02/06/2016
Código do texto: T5655027
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