Até o dedo não mais comichar...

Minha arma só carrega tinta, vírgulas, interrogações e pontos finais.

Grafite, tinta, bites, wi fi,

tudo se comenta e se conecta, menos as consciências,

As mãos não se tocam, os olhos não se olham.

Política, religião e homofobia,

discutir afasta os amigos,

se tomar posição ganha-se inimigos.

A ignorância aliada a intolerância,

se veste de seda e trapos,

cospem na cara, acusam sem haver crime.

Onde a ética carece, a impunidade cresce.

Mistura-se a razão com a má-criação,

E o bolo resultante é pura indigestão

Nem doce, nem macio,

Um tijolo com cobertura azeda.

Sair do dilema. Concluir o estratagema.

Xingar até a garganta doer. Não esmorecer.

Sei lá o que vai dar. Ainda acreditar,

que tudo vai passar.

Escrever até o dedo não mais comichar.