UM SONHO MARAVILHOSO

Sonhei que tinha voltado no tempo, que corria pelas ruas de chão batido. Não havia quase carros, apenas charretes, bicicletas, uma moto, eu podia correr sem medo. Não tinha semáforo, as pessoas colocavam cadeiras na calçada e conversavam tranquilamente.

Um senhor passou com um grande cesto de vime amarrado na traseira da bicicleta, cheio de pão quente e ia oferecendo de cada em casa.

Não tinha supermercado, apenas o armazém do Sr. Geraldo. As pessoas marcavam na caderneta, e pagavam em dia. Não tinha cartão de crédito, não tinha cheque especial, apenas a cordialidade do atendimento.

Um silencio total. Não tinha celular, não tinha televisão, somente o Radio que tocava musica brasileira, não tinha funk, não tinha essas musicas que agridem os ouvidos. As vozes eram melodiosas.

Escureceu.

Luz tênue em postes espaçados, sem correria, maridos, filhos, chegando, na certeza de que o jantar estava pronto, as crianças menores de banho tomado.

Não se falava em maconha, crack, cocaína.

Não tinha PCC. Pequenas discussões, casos conjugais, desavenças corriqueiras, a cadeia estava vazia, não havia superpopulação presidiaria.

Não se ouvia falar de corrupção, de politico ladrão.

Brincávamos na rua. Futebol, uma na mula, triangulo, bolinha de gude, jogar pião, bandido e mocinho. Corríamos pelos quarteirões, não tínhamos assalto, não tínhamos traficantes, não tínhamos crime, acho que sim, mas eram esporádicos.

As meninas se comportavam. Os meninos também, olhávamos, apreciavam, mas tínhamos o tempo certo para ficar, é assim que se diz hoje, ficarmos, nós não ficávamos nós namorávamos, nós amávamos, nós nos casávamos.

A palavra do pai ou da mãe era obedecida, não havia resmungo, não havia desfeita.

Éramos educados para respeitar os mais velhos. Respeitar os professores, os quais idolatrávamos.

Hoje, os velhos são rejeitados, abandonados, e encostados em um canto qualquer, como peças sem uso. Deixamos de aproveitar toda a experiência que eles guardaram durante anos.

No meu sonho tinha.

Benção pai

Benção mãe.

Bom dia.

Boa tarde

Boa noite.

Não havia Shopping. Havia lojas de tecidos, loja de sapatos, tapeçaria, sorveteria, leiteria, loteria, cafés, sapateiro, alfaiate, costureira.

O centro da cidade era o nosso shopping, tínhamos as lojas preferidas, tínhamos o Mercado Municipal, frutas frescas, açougue, peixaria, carroceiro, bicicleteiro.

Eu, desde pequeno ganhava o meu dinheiro. Carregando cestas no mercado, engraxando sapatos na Santa Terezinha.

Mercurinho no domingo de manhã.

Matine. À tarde.

À noite, ficávamos na rua principal, onde as meninas caminhavam de um ponto ao outro da rua, e nós os homens ali ficávamos apreciando aquelas que nos interessasse, ou que interessávamos a elas, um flerte, um olhar mais atento, um pedido de namoro.

Que sonho bom.

O relógio despertou, acordei para a realidade. Trabalho árduo. Cheque especial estourado. Cartão de crédito no limite. Pedido quase de joelhos, amor, hoje temos que ir ao shopping. Pai quero dinheiro para sair com a mina.

Putz, como eu gostaria de voltar a ser criança. De correr pela rua de chão batido, sem medo, olhando para o nada, feliz de ser criança.

Progresso. Eletrônica. Mudanças sociais. Mudanças politicas. Crimes. Políticos corruptos. Trabalho árduo.

Quero voltar a sonhar com o meu tempo de criança.

Claiton Cabral atualizou o status dele.

12 de dezembro de 2013 14:43

UM SONHO MARAVILHOSO

Sonhei que tinha voltado no tempo, que corria pelas ruas de chão batido. Não havia quase carros, apenas charretes, bicicletas, uma moto, eu podia correr sem medo. Não tinha semáforo, as pessoas colocavam cadeiras na calçada e conversavam tranquilamente.

Um senhor passou com um grande cesto de vime amarrado na traseira da bicicleta, cheio de pão quente e ia oferecendo de cada em casa.

Não tinha supermercado, apenas o armazém do Sr. Geraldo. As pessoas marcavam na caderneta, e pagavam em dia. Não tinha cartão de crédito, não tinha cheque especial, apenas a cordialidade do atendimento.

Um silencio total. Não tinha celular, não tinha televisão, somente o Radio que tocava musica brasileira, não tinha funk, não tinha essas musicas que agridem os ouvidos. As vozes eram melodiosas.

Escureceu.

Luz tênue em postes espaçados, sem correria, maridos, filhos, chegando, na certeza de que o jantar estava pronto, as crianças menores de banho tomado.

Não se falava em maconha, crack, cocaína.

Não tinha PCC. Pequenas discussões, casos conjugais, desavenças corriqueiras, a cadeia estava vazia, não havia superpopulação presidiaria.

Não se ouvia falar de corrupção, de politico ladrão.

Brincávamos na rua. Futebol, uma na mula, triangulo, bolinha de gude, jogar pião, bandido e mocinho. Corríamos pelos quarteirões, não tínhamos assalto, não tínhamos traficantes, não tínhamos crime, acho que sim, mas eram esporádicos.

As meninas se comportavam. Os meninos também, olhávamos, apreciavam, mas tínhamos o tempo certo para ficar, é assim que se diz hoje, ficarmos, nós não ficávamos nós namorávamos, nós amávamos, nós nos casávamos.

A palavra do pai ou da mãe era obedecida, não havia resmungo, não havia desfeita.

Éramos educados para respeitar os mais velhos. Respeitar os professores, os quais idolatrávamos.

Hoje, os velhos são rejeitados, abandonados, e encostados em um canto qualquer, como peças sem uso. Deixamos de aproveitar toda a experiência que eles guardaram durante anos.

No meu sonho tinha.

Benção pai

Benção mãe.

Bom dia.

Boa tarde

Boa noite.

Não havia Shopping. Havia lojas de tecidos, loja de sapatos, tapeçaria, sorveteria, leiteria, loteria, cafés, sapateiro, alfaiate, costureira.

O centro da cidade era o nosso shopping, tínhamos as lojas preferidas, tínhamos o Mercado Municipal, frutas frescas, açougue, peixaria, carroceiro, bicicleteiro.

Eu, desde pequeno ganhava o meu dinheiro. Carregando cestas no mercado, engraxando sapatos na Santa Terezinha.

Mercurinho no domingo de manhã.

Matine. À tarde.

À noite, ficávamos na rua principal, onde as meninas caminhavam de um ponto ao outro da rua, e nós os homens ali ficávamos apreciando aquelas que nos interessasse, ou que interessávamos a elas, um flerte, um olhar mais atento, um pedido de namoro.

Que sonho bom.

O relógio despertou, acordei para a realidade. Trabalho árduo. Cheque especial estourado. Cartão de crédito no limite. Pedido quase de joelhos, amor, hoje temos que ir ao shopping. Pai quero dinheiro para sair com a mina.

Putz, como eu gostaria de voltar a ser criança. De correr pela rua de chão batido, sem medo, olhando para o nada, feliz de ser criança.

Progresso. Eletrônica. Mudanças sociais. Mudanças politicas. Crimes. Políticos corruptos. Trabalho árduo.

Quero voltar a sonhar com o meu tempo de criança.

UM SONHO MARAV

Claiton Cabral atualizou o status dele.

12 de dezembro de 2013 14:43

UM SONHO MARAVILHOSO

Sonhei que tinha voltado no tempo, que corria pelas ruas de chão batido. Não havia quase carros, apenas charretes, bicicletas, uma moto, eu podia correr sem medo. Não tinha semáforo, as pessoas colocavam cadeiras na calçada e conversavam tranquilamente.

Um senhor passou com um grande cesto de vime amarrado na traseira da bicicleta, cheio de pão quente e ia oferecendo de cada em casa.

Não tinha supermercado, apenas o armazém do Sr. Geraldo. As pessoas marcavam na caderneta, e pagavam em dia. Não tinha cartão de crédito, não tinha cheque especial, apenas a cordialidade do atendimento.

Um silencio total. Não tinha celular, não tinha televisão, somente o Radio que tocava musica brasileira, não tinha funk, não tinha essas musicas que agridem os ouvidos. As vozes eram melodiosas.

Escureceu.

Luz tênue em postes espaçados, sem correria, maridos, filhos, chegando, na certeza de que o jantar estava pronto, as crianças menores de banho tomado.

Não se falava em maconha, crack, cocaína.

Não tinha PCC. Pequenas discussões, casos conjugais, desavenças corriqueiras, a cadeia estava vazia, não havia superpopulação presidiaria.

Não se ouvia falar de corrupção, de politico ladrão.

Brincávamos na rua. Futebol, uma na mula, triangulo, bolinha de gude, jogar pião, bandido e mocinho. Corríamos pelos quarteirões, não tínhamos assalto, não tínhamos traficantes, não tínhamos crime, acho que sim, mas eram esporádicos.

As meninas se comportavam. Os meninos também, olhávamos, apreciavam, mas tínhamos o tempo certo para ficar, é assim que se diz hoje, ficarmos, nós não ficávamos nós namorávamos, nós amávamos, nós nos casávamos.

A palavra do pai ou da mãe era obedecida, não havia resmungo, não havia desfeita.

Éramos educados para respeitar os mais velhos. Respeitar os professores, os quais idolatrávamos.

Hoje, os velhos são rejeitados, abandonados, e encostados em um canto qualquer, como peças sem uso. Deixamos de aproveitar toda a experiência que eles guardaram durante anos.

No meu sonho tinha.

Benção pai

Benção mãe.

Bom dia.

Boa tarde

Boa noite.

Não havia Shopping. Havia lojas de tecidos, loja de sapatos, tapeçaria, sorveteria, leiteria, loteria, cafés, sapateiro, alfaiate, costureira.

O centro da cidade era o nosso shopping, tínhamos as lojas preferidas, tínhamos o Mercado Municipal, frutas frescas, açougue, peixaria, carroceiro, bicicleteiro.

Eu, desde pequeno ganhava o meu dinheiro. Carregando cestas no mercado, engraxando sapatos na Santa Terezinha.

Mercurinho no domingo de manhã.

Matine. À tarde.

À noite, ficávamos na rua principal, onde as meninas caminhavam de um ponto ao outro da rua, e nós os homens ali ficávamos apreciando aquelas que nos interessasse, ou que interessávamos a elas, um flerte, um olhar mais atento, um pedido de namoro.

Que sonho bom.

O relógio despertou, acordei para a realidade. Trabalho árduo. Cheque especial estourado. Cartão de crédito no limite. Pedido quase de joelhos, amor, hoje temos que ir ao shopping. Pai quero dinheiro para sair com a mina.

Putz, como eu gostaria de voltar a ser criança. De correr pela rua de chão batido, sem medo, olhando para o nada, feliz de ser criança.

Progresso. Eletrônica. Mudanças sociais. Mudanças politicas. Crimes. Políticos corruptos. Trabalho árduo.

Quero voltar a sonhar com o meu tempo de criança.

UM SONHO MARAV

Claiton Cabral atualizou o status dele.

12 de dezembro de 2013 14:43

UM SONHO MARAVILHOSO

Sonhei que tinha voltado no tempo, que corria pelas ruas de chão batido. Não havia quase carros, apenas charretes, bicicletas, uma moto, eu podia correr sem medo. Não tinha semáforo, as pessoas colocavam cadeiras na calçada e conversavam tranquilamente.

Um senhor passou com um grande cesto de vime amarrado na traseira da bicicleta, cheio de pão quente e ia oferecendo de cada em casa.

Não tinha supermercado, apenas o armazém do Sr. Geraldo. As pessoas marcavam na caderneta, e pagavam em dia. Não tinha cartão de crédito, não tinha cheque especial, apenas a cordialidade do atendimento.

Um silencio total. Não tinha celular, não tinha televisão, somente o Radio que tocava musica brasileira, não tinha funk, não tinha essas musicas que agridem os ouvidos. As vozes eram melodiosas.

Escureceu.

Luz tênue em postes espaçados, sem correria, maridos, filhos, chegando, na certeza de que o jantar estava pronto, as crianças menores de banho tomado.

Não se falava em maconha, crack, cocaína.

Não tinha PCC. Pequenas discussões, casos conjugais, desavenças corriqueiras, a cadeia estava vazia, não havia superpopulação presidiaria.

Não se ouvia falar de corrupção, de politico ladrão.

Brincávamos na rua. Futebol, uma na mula, triangulo, bolinha de gude, jogar pião, bandido e mocinho. Corríamos pelos quarteirões, não tínhamos assalto, não tínhamos traficantes, não tínhamos crime, acho que sim, mas eram esporádicos.

As meninas se comportavam. Os meninos também, olhávamos, apreciavam, mas tínhamos o tempo certo para ficar, é assim que se diz hoje, ficarmos, nós não ficávamos nós namorávamos, nós amávamos, nós nos casávamos.

A palavra do pai ou da mãe era obedecida, não havia resmungo, não havia desfeita.

Éramos educados para respeitar os mais velhos. Respeitar os professores, os quais idolatrávamos.

Hoje, os velhos são rejeitados, abandonados, e encostados em um canto qualquer, como peças sem uso. Deixamos de aproveitar toda a experiência que eles guardaram durante anos.

No meu sonho tinha.

Benção pai

Benção mãe.

Bom dia.

Boa tarde

Boa noite.

Não havia Shopping. Havia lojas de tecidos, loja de sapatos, tapeçaria, sorveteria, leiteria, loteria, cafés, sapateiro, alfaiate, costureira.

O centro da cidade era o nosso shopping, tínhamos as lojas preferidas, tínhamos o Mercado Municipal, frutas frescas, açougue, peixaria, carroceiro, bicicleteiro.

Eu, desde pequeno ganhava o meu dinheiro. Carregando cestas no mercado, engraxando sapatos na Santa Terezinha.

Mercurinho no domingo de manhã.

Matine. À tarde.

À noite, ficávamos na rua principal, onde as meninas caminhavam de um ponto ao outro da rua, e nós os homens ali ficávamos apreciando aquelas que nos interessasse, ou que interessávamos a elas, um flerte, um olhar mais atento, um pedido de namoro.

Que sonho bom.

O relógio despertou, acordei para a realidade. Trabalho árduo. Cheque especial estourado. Cartão de crédito no limite. Pedido quase de joelhos, amor, hoje temos que ir ao shopping. Pai quero dinheiro para sair com a mina.

Putz, como eu gostaria de voltar a ser criança. De correr pela rua de chão batido, sem medo, olhando para o nada, feliz de ser criança.

Progresso. Eletrônica. Mudanças sociais. Mudanças politicas. Crimes. Políticos corruptos. Trabalho árduo.

Quero voltar a sonhar com o meu tempo de criança.

Ton Bralca
Enviado por Ton Bralca em 30/06/2016
Código do texto: T5683671
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