Mensagens que edificam - 217
"Dor de cotovelo e intelectualidade"
A expressão popular que traz o título desta dissertação dispensa comentários. Todos sabem que quando alguém arde em ciúmes é esta a atribuição popular que lhe é dada, e não é incomum quando a exposição daquilo que temos causa esta reação. Eu diria que para mim, chega a ser saudável, pois onde falta o falar com qualidade, sobra o esbravejamento do mais deplorável dos sentimentos: inveja.
A intelectualidade é reconhecida até mesmo no manifestar de repúdio daquele que encontra nos golpes baixos, seu mais asqueroso subterfúgio. Escrever e excrementar, para muitos se diferencia pela alteração de algumas letras. No mais, fica o ardor da vontade de ser o que não é, e o coração cheio do que deveria estar nos intestinos. Faço e enquanto puder farei da escrita mais do que um lazer, um proveitoso ofício. Escrevo porque gosto, e escrevo o que gosto, e por consequência, muitas vezes o que não gostam. Na impossibilidade de agradar à todos, e longe desta pretensão, transformo meus textos na minha mais profunda expressão. Me esvazio em cada frase, e nas parafrases me recomponho. Na verdade, a prática literária é um exercício do saber e o desenvolvimento de habilidades que por vezes fogem a oralidade. Ler é o hábito gêmeo desta verbalização em caracteres. Só descobre isso os amantes das pautas e os devoradores de impressos. Com a tecnologia tudo isto fica mais diverso, mas a benéfica diversão é a mesma. Se a intelectualidade alheia te incomoda, apoie-se sobre os cotovelos e desfrute desta indesejável dor.